Das casas dos pobres, presumivelemete com telhados de colmo, nada ficou. E das casas dos ricos, recuperadas pela DG dos Monumentos Nacionais, no tempo do fascismo, o que resta são "invenções" que na maioria dos casos nada têm a ver com a realidade de então. Depois de ver inúmeras fotos para tentar perceber como teria sido o Mosteiro dos Jerónimos, desist
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Victor Nogueira ~ Neste fim de tarde frio
* Texto e foto (pôr do sol em Setúbal) de Victor Nogueira
Neste fim de tarde frio e de regresso a casa, vinha pensando em algo de parecido, isto é, nas pessoas que me permiti amar supondo que me amavam. Mas não terei passado dum fogacho para quem em mim deixou uma profunda e indelével marca e para quem não fui senão o homem escritor que, satisfeita a curiosidade, logo foi descartado.
E pensando nesta tarde escura e fria, hesitava literaturizar ou não.
Ah! Mas sou incurável e continuo a confiar nas pessoas. Nuns dias tudo é leve, noutros tem o peso infundo das decepções. Mas não desisto, enquanto o meu coraçãobater ou na morte encontre a serenidade e o esquecimento
Victor Nogueira ~ Hoje, rio seco das palavras
* Texto e foto de Victor Nogueira
Setúbal - Pôr do sol
Setúbal - Pôr do sol
Hoje, rio seco das palavras que em mim estão vazias, pleno pelas tuas, deixo-te Eugénio de Andrade na orla do meu sentir e nas asas do meu desejo
Havia
uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.
Martelava no escuro.
Martelava
no chão da água.
Do fundo do tempo,
martelava.
contra o muro.
Uma palavra.
No escuro.
Que me chamava.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Victor Nogueira - O tempo está frio,
O tempo está frio, triste e chuvoso e eu a chocar uma gripe.
Eu continuo cansado e a vegetar.
Eu continuo cansado e a vegetar.
* Victor Nogueira De cautelas e medos te vestes
* Victor Nogueira
De cautelas e medos te vestes
De cinzento deixas que te vistam
mesmo que o contrário digas
És, mulher, metade da humanidade
mas apenas metade e não toda a humanidade
Sem ele e sem ti ela não existiria.
Mas nos teus filhos e no teu companheiro matas a vida
e aceitas ser simultâneamente
não fonte de liberdade
mas presa de medos e cadeias e obrigações ancestrais
que não são universais
mas interiorizas como tais
como punhais
de que o pretenso e hipócrita amor aos filhos é máscara e disfarce
que lanças ao teu companheiro a quem negas a paternidade
e
que
.
muitos
.
comodamente
aceitam para desespero / inFELÍCIA tua
ou "não"
.
a generosaa sacrificada
a pura
a sem máculla
a desinteressada
minha "Nossa Senhora" submissa e dominadora
.
No fundo de ti
acreditas na mentira que constróis
que teces
em que te enredas
em que te encerram
e aos que dizes amar
.
Como se o amor e a liberdade
residissem na mentira
na sujeição
no medo
no ciúme
.
na posse
.
E admiras-te da violência doméstica
temes a violência na sociedade que nos violenta
e não falas
da que exerces
sobre o teu companheiro
teus filhos
teus netos
teus irmãos
que perpetuas mesmo que o negues
e receias que to desvendem!
Victor Nogueira
Setúbal
2012.06.25