- Victor Nogueira
Que novas, Senhor, de nós me dais
Que tão apartado e desencontrado
de mim andais?
Ah! Em vós está meu pensar
Ay e hu é?
Quando descoloridos ao madrugar
meus lábios por vós chamam
meu amigo, meu amor!
Ay e hu é?
Onde morais, Senhor, e
que é de vosso nome?
Ay e hu é?
Moro onde me leva o vento, nas asas de uma cegonha.
Quem tal viu, Senhor, o vento numa cegonha?
E o vosso nome, quem o sabe, meu Senhor de mim?
É sem nome meu nome, inté que o achareis por fim!
Ay e hu é?
Que novas me dais, Senhor,
Que tão velho é nosso pen (s) ar?
Que novas me dais, Senhora?
Que novas Senhor?
QUE NOVAS?
QUE NOVAS?
Que novas?
Que novas?
Ay ual, flor de verde piño
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Ay e hu é? - ai, onde está?
Ay, ual - ai, valei-me
coita - mortificação, pena, mágoa
1986.05.12
Setúbal
Bela, muito bela esta cantiga de Amigo/Amor ...
ResponderEliminarFeita por quem sabe disso obviamente, a todos os níveis, e não importando a época em que foi feita.
Na repetição da pergunta, a ansiedade à procura da certeza e a preocupação de o não demonstrar abertamente...(no meu entender).
Mesmo dizendo muito, quanta coisa se cala!...
bj
Maria Mamede
Olá Amigo,
ResponderEliminarAdorei o poema.
E, porque apesar de sedentária, contrariamente aqueles que, frequentemente, deambulam por vários países e/ou cidades, reconheço para mim uma frase especial:
"(...) Moro onde me leva o vento, nas asas de uma cegonha".
É o meu espírito livre a voar e o inconformismo a trabalhar...
Beijo para ti.