quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Deambulando por Lisboa (7)

Da Alameda a Alvalade
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* Victor Nogueira
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Já é sábado, ao entardecer. Estou aqui na esplanada da pastelaria "Mexicana", aqui na Praça de Londres. As pessoas falam animadamente; todo o comércio, no entanto, está todo fechado: está em vigor a semana de 5 dias de trabalho. Assisti, ao meio da tarde, ao encerramento dos cafés e pastelarias, cujos clientes as abandonaram calmamente - muitos com pacotinhos de bolos - não fossem os manifestantes (que não cheguei a ver) partirem os vidros. Esperemos que a "palavra de ordem" não se tenha esquecido que há muita malta que precisa dos restaurantes para almoçar e jantar; no 1º de Maio, um tipo ainda aguenta, mas agora... (1) Ah! neste preciso momento abrem se as portas da pastelaria. Talvez o encerramento tenha sido apenas para o tempo da manifestação dos caixeiros, iniciada no Rossio. (Foi mesmo!). (MCG - 1974.05.11)
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Sentado aqui no "Copacabana" vejo as pessoas que passam aqui na rua ou que "estacionam" na esplanada. Um velho mal barbeado pede qualquer coisa às pessoas com chávena, pires e copos mais ou menos vazios diante de si, mas ninguém lhe liga. Relanceio o meu olhar ao meu redor e são velhos e velhas que enchem as cadeiras da esplanada. Além, na "Mexicana", a juventude é a nota característica. Que fazem estas pessoas ? De que vivem? Tão ociosas que estão!
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Faço horas aqui na Avenida Guerra Junqueiro, junto à Praça de Londres. (...) Levanto o olhar e dou pela papelaria em frente; na montra títulos de livros ou assuntos na "berra": "Sobre o Capitalismo Português", "4 ismos" (uma porcaria!), "O Drama do Chile", "Tarrafal, Aldeia da Morte", "Watergate, o Processo do Século"´ (e eu a pensar nos julgamentos de Nuremberga ou de Estocolmo, respectivamente, sobre os crimes contra a humanidade, dos Nazis e dos Americanos no Vietname!), "O Capital (Karl Marx), "O Estado e a Revolução" (Lenine), "Como Iludir o Povo" (idem)...(MCG - 1974.09.12)
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Ali as Galerias ITAU, aqui na Alameda D. Afonso Henriques, estão fechadas - e deve ser há muito - pelo que resolvi sentar me na Esplanada do Pão de Açúcar a lanchar e, enquanto faço horas para ir até à Gulbenkian, vou escrevendo. O barulho é muito: dos carros que passam, o roncar dos motores e as buzinadelas, o chiar dos pneus no asfalto e o roçar das cadeiras e mesas de ferro no empedrado da calçada, isto sem falar no homem que varre o passeio e no vozear das pessoas que conversam. Enfim, uma "sinfonia" pouco agradável, mas lá dentro o ar está quente e de cortar à faca. (MCG - 1974.10.17)
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Esta zona das Avenidas de Paris, de Londres, do Brasil e dos Estados Unidos, incluindo as Praças de Londres e do Areeiro, ligadas pela Avenida da Igreja, correspondem ao desenvolvimento dos anos 50/60, aqui se pretendendo então que coexistissem em áreas recatadas e protegidas do bulício diversas classes sociais, espalhadas por vivendas ajardinadas e prédios de andares. Tudo isso ficou para trás e as avenidas de Roma, dos EUA e do Brasil são continuamente ocupadas por automóveis em movimento e atravessadas por viadutos ou por túneis, que facilitam o escoamento do tráfego. Os passeios da avenida de Roma foram parcialmente ocupados pelos automóveis e as ruas já não se atravessam com o descuido de outrora. (Notas de Viagem, 1998.Maio)
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1 - No 1º de Maio passei o dia inteiro sem comer; estava tudo fechado.

2 comentários:

  1. Hoje só digo que gosto, porque o sinto, mas nada mais digo; estou seca de inspirações!

    Abraço


    Maria Mamede

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  2. olá! faz hoje um ano k fui operada e é um dia dificil de esquecer pois hje é o aniversario de minha sobrinha . se kiseres passa no meu blog e lê o poema k lhe dediquei.
    bjo
    carla granja

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)