sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Ao (es)correr da pena e do olhar (6)

Elegia e raízes do(a) artista parte I J))

Olá (...)

Tornei a reler os textos que me enviaste ontem (a propósito, os textos que me enviaste da primeira vez que me escreveste chamam-se 'tododiae' e 'Natalia'). Desta vez li-os calma e detalhadamente....não há dúvida que tu és uma pessoa de uma riqueza interior comovente....eu diria mesmo, alguém que, para além de inteligente e culto, é verdadeiramente bonito. Uma raridade nos tempos que correm!
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Eu, como já te disse, não tenho o teu 'dom' da poesia, embora seja particularmente sensível a tudo o que é do domínio estético (entendido filosoficamente, e não exclusivamente como o império da imagem de que nos nossos tempos tanto se faz o culto).

Mas sou também uma mulher cerebral e particularmente controlada (aprendizagens que tive de fazer...), sobretudo no plano da minha exposição social e profissional. Ainda assim, um espectador mais atento perceberia que sou um 'vulcão' de emocionalidade, controlada pela razão.
Sou uma mulher que toda a gente considera forte (o que não é verdade), independente (o que é verdade) e autónoma (o que é e não é verdade).

No domínio das minha vida mais íntima e privada, permito-me muito mais ser eu...sou muito mais 'descontrolada' emocionalmente e aí não há mais barreiras nem controles.

Já te disse também que sou dada a grandes paixões...por ideias, por livros, por viagens, por música, por pintura, por água, pelo riso, pela verdade e generosidade que pode haver nas relações entre as pessoas...

É claro que também sou dada a períodos mais cinzentos (breves....muito breves, porque não suporto a infelicidade cultivada) e de maior interioridade.

...e os homens têm sido outra das minhas fontes de paixão: com muita ingenuidade e, por vezes, confiança em excesso, tenho deixado aí uma parte importante das minhas energias, alegrias e frustrações.

O homem da minha vida: o meu filho! Esse, fonte inesgotável de vida e amor para mim...como se ele tivesse nascido ontem e eu ainda estivesse a cada momento espantada de ele existir! Ele tem cinco anos e eu ainda hoje fico entre o espanto e a incredulidade quando o vejo mexer, falar, brincar, rir, comer....viver!

enfim... já estou a dormir e acho que vou continuar este email amanhã, está bem?

um beijo para ti (grande!)

XIS

98.11.17

1 comentário:

  1. Serenidade a dizer da segurança, do escondido vulcão, como ela mesma afirma, dos altos e baixos comuns numa Mulher, com coração(alma) e cérebro;forte, com ganas para a vida e a fragilidade intrínseca, que da Mulher nunca se pode dissociar! Simples e bem escrito, mesmo sendo somente um pequeno excerto!...

    Bj

    Maria Mamede

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)