domingo, 30 de setembro de 2007

ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE

* Victor Nogueira
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ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE
(Camões)
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Nada tenho para te ofertar
Que saiba: joias, discoteca, dança;
No tempo busco vária temperança
que também vos dão bom estimar.
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Um com outro bem quiz enredar,
Mas parece ser outra a contradança
Que muda a tua dor em festança,
Por aqui me deixando a vaguear.
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Lembro a tua lábia, seio moreno,
Tua feição que muito me agradou;
A pele, doce ardor despertou
Que na barca me fez vogar, sereno,
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Porém não está o meu coração pleno
De alegria, que por vós soou:
Nem grã Camões ou milionário sou
Para contigo navegar, no Reno.
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Erros meus, má fortuna, amor ardente,
Não fazem da jornada bom soneto
Nem do navegante melhor "gineto"
Pois em ti está meu pensar, descontente'
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Assim na Luísa Todi jazente,
Vogando entre o lume e o espeto,
Bem vivo, com meu bom ou mau "aspêto"
Buscando tua razão e paz, somente.
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Setúbal

1 comentário:

  1. A dor de "cotovelo" é muito má conselheira...e por muito boa que seja a rima e o verso, a verdade é que parece sempre tudo "manco" quando o amor é ausente e faz ressaltar essa dor!

    Maria Mamede

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)