terça-feira, 11 de dezembro de 2007

ANAsoRISO DOS OLHOS GRANDES

* Victor Nogueira



A bondosa Ana Maria Caldeira
É rapariga de sorriso aberto;
É bem dela esta sua maneira
Quando o ar é doce, não encoberto.


Veio de longe, lá d'Amareleja,
Agora em Cetóbriga parou,
Mas há quem a procure e a não veja
Quando vai cirandar no gira-vou.


Ambos luzentes, olhos grandes tem.
São como no céu o sol a brilhar,
Um sorriso de menina mantem,
Quando o mal dela sabe afastar.


Cara redonda, um rosto castiço,
Com farto cabelo, liso e castanho,
Brancamorena, de corpo roliço,
O ser ou viver não quer de antanho,


Caminha pelo mundo na procura
D'encontrar alguma felicidade;
Por vezes fica a noite bem escura,
Não sabe que fazer da liberdade,


Dela bem graciosas são as filhas,
Duas, Aida e Catia de seu nome,
Contudo não pode viver em ilhas
Se delas quiser apartar a fome.


Tem o seu coração nas duas mãos,
Mas por vezes é mui desconfiada;
Quando tal sucede é chateação
E vai todo o pessoal de abalada.


Mundo e pessoas a entusiasmam:
Então anda tudo na reinação
No entanto, ao chegarem miasmas
Não sabe manter boa actuação.


É muito amiga em seu ofertar
A quem no goto dela bem cair;
Nem sempre alcança resguardar
E o seu pecúlio vê partir.


Se por todo o lado encontra amigos,
Muitos raramente Ihe são fiéis;
Deve pois cuidar do anda comigo
A ver se há boa troca de papeis.


Mas com este meu pequenino escrito
E andando muito breve, de abalada,
P'ro futuro fica neste registo
A nossa boa amiga retratada.

1 comentário:

  1. Há "praí " muita gente que se pode queixar do mesmo!!!
    De certeza que apesar de tudo essa tua Amiga ANA, consegue ser feliz!

    Bj


    Maria Mamede

    ResponderEliminar

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)