sábado, 15 de março de 2008

Visitar Setúbal (5) - Património Natural

Clube das Mais Belas Baías do Mundo


A Baía de Setúbal, com todas as qualidades e valores patrimoniais, ambientais e culturais que possui, passou a pertencer ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo em 14 de Novembro de 2002.

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Depois da entrega formal da candidatura, durante uma reunião, em Maio de 2002, em Puerto Vallarta, no México, a entrada para o clube, do qual fazem parte 29 baías de todo o mundo, foi formalizada em Paris.

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Constituindo o mais importante habitat natural para a conservação do roaz-corvineiro, que preenche um dos requisitos naturais exigidos pela UNESCO, a Baía de Setúbal vai beneficiar de mais valias, principalmente na projecção da cidade a nível internacional.

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Esta é, também, uma forma de, a nível nacional, reforçar o alerta para alguns problemas com que a baía se debate, nomeadamente em matéria de poluição e da devolução da cidade ao rio.

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Enquadrada pelo estuário do Sado, pela serra da Arrábida e pela península de Tróia, a baía é fortemente beneficiada com a intervenção do programa Polis, que abrange uma área de 70 hectares, cujos objectivos principais são a ligação da cidade ao rio e a valorização ambiental.

Site: www.world-bays.com

E-mail: world-bays@world-bays.com

Pedra Furada (Monumento situado na estrada da Graça)


A Pedra Furada, geomonumento, integrada num dos pólos do Museu Nacional de História Natural, foi inaugurada, oficialmente, como tal em 6 de Janeiro de 2003.

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O monumento, considerado como património municipal desde 20 de Agosto de 1996, é uma raridade à escala mundial, devido às estruturas colunares correspondentes a tubos de arenito mais endurecido, que, no interior, contêm areia solta.

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O grande rochedo, com cerca de 18 metros de altura e 12 de base, saliente de um terreno arenoso que o rodeia, resultou da consolidação das areias por hidróxido de ferro, a mesma substância de que é feita a ferrugem.

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O local foi alvo de arranjos na área envolvente ao monumento, com o objectivo de devolver-lhe o aspecto primitivo, restituindo-lhe o ambiente natural, antes da intervenção humana que o poluiu e degradou.

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A Pedra Furada, localizada na estrada da Graça, representa um grande valor geológico devido à raridade, em todo o mundo, deste tipo de formações rochosas.

Mas a Pedra Furada é igualmente um marco etnológico da cultura de Setúbal. A população mais idosa associa-lhe histórias, lendas e tradições.


Origens


A Pedra Furada, interessante e enigmática ocorrência geológica, testemunho de um passado com dois ou três milhões de anos, ficou, a partir do início do século passado, envolvida por construções fabris destinadas à produção de conservas de peixe. Nas paredes de muitas daquelas edificações, hoje em ruínas, podem ser vistos fragmentos do próprio arenito, ali utilizado como material de construção.

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Foi o barão Von Eschwege que, em 1837, primeiro descreveu a Pedra Furada. Os tubos que a formam teriam sido originados, na descrição do barão, por “vegetais que foram envolvidos nas dissoluções ferruginosas à roda deles”.

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Em 1916, o coronel Marques da Costa descreveu o monumento geológico com grande pormenor, convicto de que estaria em presença de afloramentos vestigiais de uma estrutura anteriormente mais ampla, parte dos quais poderiam também vir a desaparecer. Marques da Costa propôs, ainda, uma hipótese explicativa para a origem da estrutura, segundo a qual os tubos que a constituem ter-se-iam gerado em fendas resultantes de movimentos orogénicos e teriam tomado a “forma de uma série de agulheiros de secções muito variadas”, através dos quais as águas do sub-solo “repuxaram em virtude da lei do equilíbrio de um líquido em vasos comunicantes”, afiançou o coronel.

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Novos conhecimentos geológicos, sempre em progresso, e o avanço das tecnologias experimentais acabarão, certamente, por levantar a indeterminação quanto à génese de tão curioso e enigmático fenómeno geológico.

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No entanto, o que hoje se conhece e, sobretudo, o que ainda carece ser explicado, é suficiente para justificar a preservação e enquadramento museológico daquela valiosa estrutura, quer do ponto de vista do património natural, neste caso geológico, quer do ponto de vista do património cultural, além do grande valor estético da sua beleza insólita.



Parque Natural da Arrábida


O Parque Natural da Arrábida (PNA) estende-se por uma área de 10.800 hectares, abrangendo os concelhos de Setúbal, Sesimbra e Palmela.

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Por motivos de ordem científica, cultural, histórica e paisagística, que fazem da serra da Arrábida uma zona a proteger, o PNA foi criado em 1976, pelo decreto-lei nº 622/76, de 28 de Julho.

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O PNA foi criado pela urgência de preservação de valores naturais, históricos e económicos, apresentando-se como uma área de revitalização dos espaços rurais e actividades tradicionais, onde o fabrico do queijo de Azeitão e vinhos de mesa são mostras de perfeita integração da população no meio.

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A Câmara Municipal, em colaboração com outras entidades, encontra-se a promover o processo de candidatura da Arrábida a Património Mundial Natural da Humanidade, pela UNESCO.

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O conjunto de acidentes de relevo, que constituem a cadeia Arrábida, inclui elevações como as serras de S. Luís, Gaiteiros, S. Francisco e Louro.

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O ponto mais alto é a serra da Arrábida, de constituição calcária.

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Com características mediterrânicas, o clima da região é temperado.



Reserva Natural do Estuário do Sado


A Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) estende-se por uma área de 23.160 hectares, dos quais, cerca de 13.500 são de área estuarina.

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Os restantes hectares são constituídos por zonas húmidas, marginais, convertidas para salinicultura, piscicultura e orizicultura, por áreas terrestres e por pequenos cursos de água doce.

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A RNES foi criada, pelo decreto-lei nº 430/80, de 1 de Outubro, porque o estuário, além de estar afectado pela agressividade de poluentes, apresenta um elevado valor ecológico, científico e económico, que urge defender.

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Este é um local de nidificação, repouso ou invernagem para a avifauna, e de desova, desenvolvimento e crescimento de muitas espécies de peixes.




Fauna

Na RNES estão registadas 261 espécies de vertebrados, das quais, oito de anfíbios, 11 de répteis, 211 de aves e 31 de mamíferos.

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A zona estuarina constitui um “viveiro” ou área de crescimento de espécies de peixes, como o charroco, o sargo, o garrento, a raia-riscada e o linguado.

Berbigão, búzios, amêijoas, camarão e caranguejo são crustáceos que podem ser observados, além de moluscos como choco, polvo e lula.

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O roaz-corvineiro é uma das espécies de golfinhos que vive junto ao litoral, mas, também, em águas oceânicas, tal como o boto, que é igualmente um cetáceo, mas que não pertence à família dos golfinhos.




Flora


Das inúmeras espécies de flora que se podem encontrar nas várias áreas da RNES, como sapais e dunas, salientam-se a giesta, dedaleira, lírio, feto, camarinha, tomilho, santolina, cardo rolador e bocas de lobo.



Praias


As praias são uma das grandes atracções turísticas de Setúbal. Banhadas por águas límpidas e azuis, com areias finas, recortam-se numa paisagem deslumbrante, com excelentes condições para a prática de desportos náuticos, como canoagem, vela, windsurf, ski, pesca desportiva e mergulho.

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Portinho da Arrábida


Uma das mais belas praias portuguesas onde a areia branca e fina e as águas transparentes e luminosas estabelecem um fantástico contraste com a imponente austeridade da serra da Arrábida.

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Tipo de praia: marítima

Nível de ocupação: elevada

Ondulação: tranquila

Extensão (maré alta): 250mx20m

Tipo de areia: branca e fina

Qualidade das águas: boa

Equipamentos e serviços: estacionamento, restaurante, vigilância, toldos e jogos


Praia de Galapos


Uma faixa de areia dourada entre a Arrábida e um mar magnífico, azul e calmo.

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Tipo de praia: marítima

Nível de ocupação: elevada

Ondulação: tranquila

Extensão (maré alta): 550mx50m

Tipo de areia: branca e fina

Qualidade das águas: boa

Equipamentos e serviços: restaurante, vigilância e toldos



Praia da Figueirinha


O mar calmo e a beleza da paisagem envolvente fazem com que a Figueirinha seja uma das mais conhecidas praias da região e, por isso, muito concorrida durante a época estival.

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Um longo banco de areia emerge durante a maré baixa.

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Tipo de praia: marítima

Nível de ocupação: elevada

Ondulação: tranquila

Extensão (maré alta): 1100mx300m

Tipo de areia: branca e fina

Qualidade das águas: boa

Equipamentos e serviços: estacionamento; restaurante; vigilância; toldos; jogos

in

http://www.mun-setubal.pt/

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Nota do Editor do Blog - O texto anterior poderia estar mais completo e as fotografias em maor número ou estabelecer hiperligações complementares. bastante lacunares. Mas é o que a Câmara tem no seu site, cujo conteúdo e apresentação não me dizem respeito e contentem-se com ele, por enquanto. Há um dito popular que diz que o óptimo é inimigo do bom e que mais vale um pássaro na mão que dois a voarem.
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Noutra ocasião voltarei a falar de Setúbal e a sua envolvente. Até lá, quem estiver interessado, tem de aguardar.
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1 comentário:

  1. Belo trabalho!... Obrigada, pois já tentara mas tinha desistido, por me parecer muito carregado.
    Este está muito bom.
    Mais uma vez obrigada
    Bj
    Maria

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)