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Trata-se duma vila incaracterística, que me faz lembrar o Barreiro, desenvolvida inicialmente em torno do Pinhal de Leiria e posteriormente à sombra da indústria vidreira, sobretudo a partir da instalação do inglês Stephens, um protegido do Marquês de Pombal, no século XVIII. Tal como o industrial Alfredo da Silva no Barreiro, William Stephens está omnipresente nesta localidade: o teatro, o busto no largo homónimo onde está o edifício do município... A Marinha Grande tem um ar de abandono e sujidade. A praça principal é ladeada pelos edifícios da Câmara, do teatro, da Fábrica Stephens, para além dum com armas reais que parece ter sido um mercado. Na berma do passeio dois feios e arruinados quiosques, fechados por ser domingo, mostram objectos de vidro.
Da praça Stephens, cuidada, partem ruas, algumas pedonais, com floreiras, uma delas lembrando o protector Marquês de Pombal. A fanfarra dos Bombeiros atroa os ares, ensaiando horas a fio no quartel, monotonamente, sempre na mesma toada, preparando talvez os dias de desfile pelas ruas com a garotada e os cães na peugada, como sucedia em Luanda. (Notas de Viagem, 1997.11.01)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)