Sorriste e
na tua voz
os pássaros vieram de longe
pensando que era....... madrugada!
Setúbal
De Negro Vermelho
25/Abr 9:49
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De negro vermelho
Em campo aberto mal fechado
............pela paz em construção
............pelo pão que se não faz
............pela liberdade sem caridade ...
Coisas belas só de vê-las
........uma criança em contradança
........com imaginação no coração
........esperança e alegria
........pedra a pedra no dia-a-dia
........da cidade em democracia.
Não há criação sem mim, diz o patrão
................amigo da servidão
................de porrete na mão !
Quem assola o sossego de quem teme o povo demente
................seja ou não terra-tenente
................com o zé povão em baraço ?
Mas.....poderá haver outra inspiração
................poderá um homem dizer sim ou não
................deixando de ser solidário
........com quem tem mau solário
quando lhe pesam a fome
..................................a sede e
..................................a opressão
.............de quem não tem pão no meio da escuridão ?!
1991.06.25 | 1992.03.12|
Setúbal
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ELEGIA POR UMA CERTA JUVENTUDE
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Eram jovens
..........passeando como fantasmas
com fatos talhados à medida duma roda sem destino.
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Sorriam
e o sorriso era
.................uma vereda para lado nenhum
.................uma vida de sonhos amortalhados.
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Eram jovens
de gestos calculados
...............com mil olhos e
.......................dez mil bocas em cadeia
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E no entanto
para lá deste horizonte cinzento
debruado a cetim
as gaivotas (não) eram águias inatingíveis!
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1991.03.20
Setúbal
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Liberdade!
a triste liberdade
de nada poder fazer
onde o emprego?
........o salário?
........a casa?
........a família?
........o futuro?
Ausente a solidariedade
sem amizade nem companhia
neste vazio
lentamente consumidos
1985.08.31
..
Quadro de Helena Vieira da Silva - "A Poesia está na Rua"
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)