sábado, 25 de abril de 2009

Victor Nogueira - Poesia


Sorriste e

na tua voz

os pássaros vieram de longe

pensando que era....... madrugada!



1992.03.10
Setúbal

De Negro Vermelho
25/Abr 9:49

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De negro vermelho
Em campo aberto mal fechado
............pela paz em construção
............pelo pão que se não faz
............pela liberdade sem caridade ...
Coisas belas só de vê-las
........uma criança em contradança
........com imaginação no coração
........esperança e alegria
........pedra a pedra no dia-a-dia
........da cidade em democracia.
Não há criação sem mim, diz o patrão
................amigo da servidão
................de porrete na mão !
Quem assola o sossego de quem teme o povo demente
................seja ou não terra-tenente
................com o zé povão em baraço ?
Mas.....poderá haver outra inspiração
................poderá um homem dizer sim ou não
................deixando de ser solidário
........com quem tem mau solário
quando lhe pesam a fome
..................................a sede e
..................................a opressão
.............de quem não tem pão no meio da escuridão ?!


1991.06.25 | 1992.03.12|
Setúbal

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ELEGIA POR UMA CERTA JUVENTUDE

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Eram jovens

..........passeando como fantasmas

com fatos talhados à medida duma roda sem destino.

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Sorriam

e o sorriso era

.................uma vereda para lado nenhum

.................uma vida de sonhos amortalhados.

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Eram jovens

de gestos calculados

...............com mil olhos e

.......................dez mil bocas em cadeia

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E no entanto

para lá deste horizonte cinzento

debruado a cetim

as gaivotas (não) eram águias inatingíveis!

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1991.03.20

Setúbal

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Liberdade!

a triste liberdade

de nada poder fazer


onde o emprego?

........o salário?

........a casa?

........a família?

........o futuro?


Ausente a solidariedade

sem amizade nem companhia

neste vazio

lentamente consumidos

1985.08.31

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Quadro de Helena Vieira da Silva - "A Poesia está na Rua"
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)