sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Poesia de Victor Nogueira


* Victor Nogueira

.

.

Sedento nas tuas mãos esguias e belas

aqui

na estrada da vida

à beira do caminho

de pé nesta tarde de verão

louco pássaro

de asas partidas

busco a carícia do sorriso

o quente murmúrio da voz

o frémito das nossas mãos

o suave perfume do corpo apetecido

turbilhão incandescente sufocante

rio mar profundo

sigo com os dedos e os lábios o teu contorno

aqui os olhos a boca o lóbulo das orelhas

o andar decidido

os seios pequenos e firmes

além a ondulante seara

a curva suave

o moreno vale

fresco límpido agridoce refrigério

.

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SEDUÇÃO

.

.

O desejo é uma nave

penetrando na imensidão destes dias.

Gomo a gomo

desfolhamos o cetim

do nosso corpo.

O ar está pleno

deste cheiro agridoce

almiscarado.

Procuramos a sombra

fulva e ardente

fresca

do sol

num murmúrio crescente e

ondulante

em vagas sucessivas

no chão arenoso

a macieza da boca

no seio do ventre

os lábios traçando

o mapa do desejo

o sabor da cisterna

da viagem dos sentidos

ao fim do mundo

nos corredores

a ventura

por nós talhada

Descoberta inventada

sem sombras nem limites

(des) enredada

No fragor da tempestade

a serenidade da calmaria

nesta cidadela

"sem muros

nem ameias"

.

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Foto de Victor Nogueira


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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)