quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Acordei agora, dum sono profundo, ...




...  mas não me lembro o que estava a sonhar. Mas como sempre deve ser sempre o mesmo: estar a viver uma situação para a qual não encontro saída! E para não variar muito, com dores de cabeça.  É ainda noite negra mas estrelada em terra, lá fora. Mas não interessa falar de novo sobre o silêncio lá fora e do dedilhar das teclas cá dentro, cheio de luz artificial contrastante. Nem da inábil  música que  do dedilhar mais ou menos  rápido que sai dos meus dedos, agora com mais notas dissonantes, pois ao contrário do que sucedia antes os meus gestos não são precisos e resvalo no teclado,  o que torna ilegível o  que dactilografo! De nada interessa repetir um dos vários cenários que se sucedem, conforme o estado do tempo, do dia e da minha disposição e das minhas dores.  O dia vai nascendo e o céu clareando.
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Nasci com sete meses e ainda sem ter dado a volta, pelo que fui tirado a ferros! Estive uns momentos sem respirar,  o  que me provocou uma descoordenação motora que me impedia de fazer ginástica, me impedia  de aprender a nadar e, por não ter ouvido para a música, ficava durante as aulas de canto coral sentado no banco dos «ferreiros». Era assim naquele tempo, em Luanda, era assim no tempo do fascismo. Tive sempre de lutar, tive sempre de procurar uma saída para superar as minhas deficiências. Dai que seja preciso muito para eu ir-me abaixo. Mas mesmo que vá abaixo, logo me levanto e continuo a lutar! Relativizo tudo, rio-me de mim mas não de outrem e continuo a lutar para manter a cabeça fora de agia e  prosseguir em frente, por este ou por aquele caminho.
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Quando vim para a universidade tinha sempre de pedir a um/a colega na cantina que me levasse a bandeja da comida para o mesa!
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Mas compensava devorando livros, indo ao cinema,  conversando imenso com os mais velhos (1) andando de bicicleta ou conduzindo com 16 anos no Parque Florestal da Ilha de Luanda – de acesso automóvel reservado - o Ford Consul da minha mãe. Aprendi a andar de bicicleta mas não consegui aprender a nadar e a patinar ! Dantes escrevia muito e recebia muitas cartas. Hoje continuo a receber cartas, mas ou são de contas para pagar ou publicidade institucional. Como o correio electrónico são news-letters ou publicidade, a minoria que consegue ultrapassar as sucessivas barreiras e filtros para o spam.
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Sei que gostas que te escreva, pois é um modo de estar contigo, qualquer que seja o meu estado de espírito. E sabes que gosto que me escrevas, me fales de ti, do dia-a-dia. Nada me falaste das tua viagens.

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Vi agora que apareceste on line no skype e não me respondeste. Claro que quando vais ao skype será também para falares com outras pessoas ou tratar dos teus negócios e, como se diz «amigos, amigos,  trabalhos à parte». Ou será: «Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque»?
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Vejo que as tuas amizades te deixam rosas e flores e coisas do estilo. Talvez prefiras isso ao que te deixo, doutro género! O que escrevem, é chinês para mim!
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Passou uma gaivota aqui frente à janela e mais longe voa um bando de pombos. É sinal de que hoje deve chover. Também não gosto de andar à chuva. Não gosto do inverno nem da  chuva. Bem, da Chuva, quando era mais novo, gostava. Uma vez de madrugada e a chover torrencialmente e sem guarda-chuva fui a pé da casa da Emília (cruzamento das Avenidas de Roma e dos EUA) aré à Rua do Sol ao Rato, onde morava. Mas isso era no tempo de menino e moço, na casa dos 20 anos.

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Vou continuar a ler "Cassino", de Sven Hassel.
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)