domingo, 8 de novembro de 2009

Acordei e ...


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[Tempo+2.jpg] 

… pensei: hoje não posso faltar à fisioterapia ! Depois lembrei-me que ainda é domingo, o que acabei de confirmar, colocando o cursor do rato (mouse) sobre a hora ali na barra  na base inferior direita do monitor. «E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.» (1), mas não é hora de deitar. A noite já deu lugar ao dia, enquanto buscava na Internet estes versos de Alberto Caeiro.  Lá fora as luzes ainda estão acesas e aqui no escritório também. Só que lá fora os candeeiros não são a gás e cá dentro não são a petróleo nem eu sou um guardador de rebanhos. E também não há ranchos e já não há rebanhos de ovelhas a pastarem, guardadas por um pastor de cajado, como sucedia outrora, quando lá embaixo ainda era campo com algumas oliveiras esparsas e uma nora que entretanto a «civilização urbana» derrubou, salvando-se o Parque Verde entretanto construído contra a vontade de Mata Cáceres/PS, que entendia dever ali plantar .... mais prédios, como fez um pouco mais adiante, para substituir um pequeno olival, que a gestão anterior comunista preservara. Note-se que o Parque Verde, embora amputado para crescerem mais uns prédios, foi um projecto da gestão comunista que antecedeu 16 anos de mata-cidade.
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Há pouco de madrugada andei pesquisando na Web material para alimentar os meus blogs, para assinalar o 92º aniversário da Revolução de Outubro de 1917. Tão perto e tão longe ! Lembro-me agora que já encontrei o autor do quadro que é a minha «imagem» na blogosfera. Mas disso tratarei noutro post. Foi uma descoberta acidental, num livro que comprei num alfarrabista há dias.
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Olho para a minha esquerda e entre várias imagens que ornamentem esta sala onde me encontro está uma expressiva foto que foi capa do «Notícias» de Luanda e que me acompanha desde os meus tempos de estudante em Évora: Elizabeth Taylor no filme »Quem tem medo de Virgínia Woolf”.
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Tudo é silêncio, pois, e desnecessário se torna repetir o que em posts anteriores escrevi sobre esta hora matinal.  A única variação será falar do estado do «tempo» ou do «céu» e este hoje apresenta-se completamente nublado e cinzento, o que não significa que não se venha a ver o azul celeste e nuvens brancas. Mas neste momento nada se pode futurar salvo que não estará tanto frio como nos dias anteriores e que as nuvens cinzentas não resolvam despejar água sobre a terra, miudamente ou em aguaceiros mais ou menos torrenciais.
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Poder-me-ia levantar para ir ali ao lado, ao meu quarto de dormir, para consultar a «estação» metereológica caseira que na parede atrás de mim pendurada está no meio de reproduções de cidades e mapas de outras eras. Mas quando o fizer é porque me vou deitar de novo e a estas linhas não voltarei, pois debaixo de lençóis e da manta alentejana estarei, até mais logo.
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E pronto, aqui estão notícias minhas, embora na caixa do  correio electrónico estejam apenas news-letters e similares – nada de pessoal, tal como no hi5.
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(1)    Alberto Caeiro in «O Guardador de Rebanhos» poema XLIX
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Trazem o candeeiro e dão as boas noites,
E a minha voz contente dá as boas noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
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A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito.
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.»”
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)