2009.12.17 (Skype)
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[01:46:31] Victor Nogueira: Acabou agora mesmo um tremor de terra aqui em Setúbal, com o chão e a casa a tremerem violentamente e com algum ruído, mas já passou. O último grande terramoto que vivi foi em 1969, estava então em Évora. Como nada adianto em ficar acordado, faço como então: vou dormir
[01:46:34] Victor Nogueira: Bjos mil
[01:46:42] Victor Nogueira: Vic
1962
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No dia 19 de Dezembro de 1962 houve um tremor de terra, que atingiu maior intensidade em Lisboa. (Diário III - pag. 137)
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Anteontem houve um tremor de terra, mas aqui no Porto parece que só se abriram brechas num prédio. Em Lisboa é que o sismo teve maior intensidade, tendo abatido alguns telhados e rachado as paredes de muitos prédios. (...) Já estou a gostar um bocado mais do Porto. Contudo não modifiquei a minha opinião: é uma cidade triste e velha. (NSF - 1962.12.21)
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Vi nevar pela 1ª vez quando ia para casa do avô Luís, e à tarde, quando fomos ao café Astória. (1963.01.13 - Diário III)
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1969
Enviei vos há dias um telegrama, horas depois do violento abalo sísmico que se fez sentir em Évora e em todo o país. Muita gente, especialmente as miúdas, anda desde então com os nervos em frangalhos. O eles terem se repetido nestes últimos dias, embora com uma intensidade muito menor - nem sequer os sinto pois durmo beatificamente a essa hora - muito deve contribuir para isso.
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Estava eu muito bem a dormir, quando dei por mim num estado de semi sonolência. Pensei: "Isto é um camião". Não sei porquê senti que não podia ser, acendi o candeeiro da mesa de cabeceira e levantei me! A luz apagou se, o chão vibrava assustadoramente e eu pensei "Esta merda (do chão) vai abaixo e eu atrás". Pensei em pôr me junto da parede, para o caso do tecto ruir, mas o problema do chão persistia. Assim optei por pôr me junto à janela - talvez influências subconscientes dos quadros existentes no Castelo de S. Jorge, em Lisboa, mostrando aspectos daquela cidade após o terramoto de 1755. Tudo isto foi feito instantaneamente. Foram 60 segundos intermináveis, angustiosos (tive a nítida sensação de impotência perante algo contra o qual nada poderia fazer senão aguardar, aguardar). Como se sentirão os condenados à morte quando na câmara de gás, ouvindo o PLOFF das cápsulas?! Bem, calcei as pantufas, enfiei o roupão e desci ao piso inferior. Todos se encontravam bem. Lá estivemos todos na sala de jantar. Os ressuscitados. Bem, liguei o rádio, nesse momento o Rádio Clube Português retomava as emissões - eram 4 h 30 m - e às cinco, num segundo noticiário, tivemos conhecimento da extensão do sinistro. Partindo do princípio que a coisa se não repetiria, enfiei me debaixo dos lençóis e acordei às 6 horas com o estridente tocar da campainha do telefone. Desci as escadas a correr: era o maninho duma das miúdas a saber notícias. (NSF - 1969.03.05)
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2009
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2009
.Inquérito geofísico a que respondi de madrugada, antes de voltar a deitar-me
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Dados Pessoais
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Dados Sismo
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Efeitos sobre pessoas
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Efeitos em objectos e na natureza
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Observações
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.[A minha mãe e outra pessoa amiga referiram que as respectivas camas oscilaram muito. Posteriormente em casa não dei por nada fora do sítio, embora o abalo fosse intenso e com grande oscilação do prédio onde moro. Não dei pelas réplicas subsequentes, de menor intensidade, por encontrar-me a dormir]
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)