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História do Carnaval de Luanda
Autor/Data
J. Alberto Domingues - 1969
Aspecto do Carnaval de 1969 em Luanda.
Ficheiro: Luanda03 - 46 KB
FOTOS DO CARNAVAL EM LUANDA
O CARNAVAL DE ANGOLA
HISTÓRICO
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O festejo do carnaval nos bairros pobres as cidade de São Paulo as Assumpção de Loanda, remota a mais de um século; com efeito sabe-se de danças e mascaras carnavalescas, anteriores a 1870.
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A primeira de que se tem registro, foi a “Matinguita”, dança em que só figuravam homens, trajados de branco, com boné e botas, à semelhança dos marinheiros de guerra.
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Os instrumentos que faziam o acompanhamento musical da coreografia, eram o Batuque e as Puítas, e esta resumia-se a um andar bamboleante com pequenos pulos para a frente e para trás.
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Por volta de 1880, apareceu uma dança, a “Kinava”, que era um aperfeiçoamento da Mantiguita. Na Kinava, à semelhança da anterior, também só figuravam homens trajados de marinheiros, mas em blocos, e com separação pela escala militar hierárquica.
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Á frente ia um reduzido pelotão, com as fardas a imitar as dos oficiais da marinha, com Galões e Dragonas, e na cabeça, Boné de Pala; ao centro, puxado pelo grupo dianteiro, vinha um barco, armado sobre um carro de bois; o terceiro bloco, era o dos outros participantes todos vestidos de marinheiros.
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Dançavam e cantavam ao som de Dikanzas e Batuque, a que se juntava o coro de vozes. A coreografia era uma marcha engraçada, imitando o andar bamboleante dos homens do mar.
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Este grupo passava pelas ruas da cidade, parando às portas das casas, onde depois de um pouco de exibição, recebiam um “Matabicho”; o grupo parava no portão do quintal, o “comandante” subia ao posto de comando onde, com um tubo oco simulando uma luneta de longo alcance, fingia olhar o horizonte, dando tempo a que todos os moradores da casa se aproximassem do barco carnavalesco.
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Quando o numero de espectadores já era considerado aceitável, descia do posto de observação e dava o sinal para começar a dança e o canto.
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Terminada a exibição, com uma vênia cortes, davam a entender estava terminada a apresentação, e esperavam o Matabicho – gratificação em dinheiro, ou um garrafão de vinho e um pouco de comida, para ajudar a “matar o bicho da fome e da sede”.
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Poucos anos depois, por volta de 1885, apareceram nos Musseques de Luanda, dois outros tipos de grupo: os Jimbas e os Cazumbis.
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Os Jimbas, ficaram com esse nome, por causa das Jimbas, principais instrumentos a acompanharem a musica e dança, apesar de usarem também Dikanzas, e latas percutidas com pedaços de pau.
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Os homens alinhavam enfeitados com panos vistosos à cintura, e lenços cruzados no peito; as mulheres alem dos panos vistosos, usavam adornos nos pulsos e tornozelos.
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Homens e mulheres, comunicamente pintados, dançavam em coreografia desconexa, esforçando-se as mulheres para associar ao ritmo, graciosidade e sensualidade.
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Os Cazumbis, também em grupos mistos, vestiam todos de branco, e completamente tapados, com fronhas na cabeça e luvas nas mãos.
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Eram grupos divertidos, que pulavam e emitiam sons guturais, fingindo assustar as pessoas; por fazerem lembrar fantasmas, foi-lhes dado o nome de Cazumbis.
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Por volta de 1910, surgiu o “Samba Cuteco”, que eram pares de homens, um deles vestido de mulher, com saias curtas e calções por baixo.
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Os pares faziam palhaçadas, sacolejavam com o corpo, e de vez em quando, o que se vestia de mulher, andava sobre as mãos, mostrando os calções, o que provocava hilaridade do publico.
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O nome de Samba Cuteco, supõem-se vir de Kussamba, que quer dizer folgar, brincar, e de Kutekuka, que significa desatinar, em alusão as brincadeiras que o par de foliões fazia.
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Desde o inicio, os grupos folclóricos que tomaram parte no carnaval de Luanda, procuraram como motivo das canções que acompanhava a coreografia, escarnecer e satirizar outros grupos rivais, aproveitando-se de qualquer falta cometida por dirigentes ou participantes.
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Esta rivalidade carnavalesca era o ponto culminante do carnaval, e motivo de expectativa de todos os foliões.
O grupo “Cidrália” formou-se por volta do ano de 1935, resultado da fusão dos grupos “Invieta e caridade”, passando a designar-se por união Cidrália, abreviado para Cidrália.
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Tinha mais de trezentos participantes, entre homens, mulheres e crianças, que se vestiam a preceito e apresentavam todos os anos temas variados.
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No ano de estréia por exemplo, simularam o desembarque de entidades oficiais – nas pessoas dos Sobas kapulo, Munongo, e Kumbi - que o grupo foi recepcionar trajando à antiga, para subentender a vontade que essas entidades teriam de assistir o carnaval.
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Essa primeira apresentação do grupo, teve tanto sucesso, que causou a inveja de muitos outros grupos carnavalescos, especialmente a do grupo do Musseque Prenda que, por causa da inveja demonstrada, passou a designar-se pelos “Invejados”.
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Este grupo, também bastante numeroso, tinha cerca de duzentos elementos, homens, mulheres e crianças
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Os homens trajavam calças brancas, largas em baixo, casaco damasco debruado a preto, e sapatos de lona pintados de vermelho; as mulheres usavam os trajes regionais da festa.
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Os invejados criticavam e satirizavam a Cidrália, dizendo serem estes incivilizados, que só desde que moravam no Musseque, é que sabiam construís casas para morar, e que haviam sido eles, Invejados, a ensinar.
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Assim que o pessoal da Cidrália soube, regozijou-se, pois estava ali o motivo para o carnaval seguinte. A letra do tema, dizia o seguinte:
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“Cidade tem um romance que conta toda a vida triste vida triste de quem ama vida triste de quem chora Cidrália em movimento Cidrália vem dançar
Santa Maria que nos acompanha
Santa Maria que nos acompanha
Olha a Cidrália em movimento
Santa Maria que nos acompanha
Olha a Cidrália em movimento
Olha a Cidrália em grande azul
Cidrália este ano é uma memória
Cidrália já aprovou (provou)
O gatuno do bacalhau
Santa Maria nos deu sempre
A providencia do gatuno do bacalhau
Fica todos sabendo
Que o presidente dos Invejados
Roubou o bacalhau na alfândega
Pra gozar mais os seus amigos
Toma cuidado com os rapazes da Cidrália
Santa Maria que é nossa mãe
Nos acompanha junto à nossa estrela.
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Anos mais tarde, o grupo vocal “Duo Ouro Negro” grandes divulgadores do folclore musical Angolano, compôs uma musica com o nome Cidrália, cuja letra se baseava nessa original.
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A partir de 1960, inicio dos conflitos armados pela independência de Angola, as autoridades coloniais, proibiram o carnaval, e as danças e demonstrações de rua.
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Temia mais a critica e sátira política, do que eventuais degenerações violentas, numa festa que era alegria pura.
Carlos Duarte
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ver também
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[PDF]
O Carnaval em Luanda
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Na sexta-feira 27 de Março de 1987, Luanda festejou o seu Carnaval na .... cadamente um Carnaval de Luanda e os membros do bureau político têm ...
analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223038982C6wMI2dc8Gb56EW4.pdf
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Cecilia Barata, Francisco Santos, Alice Coelho e 2 outras pessoas gostam disto.
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Antonio Garrochinho excelente trabalho !
há 20 horas · GostoNão gosto
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Carmen Montesino Excelente nota, Victor! Obrigada, amigo!
há 17 horas · GostoNão gosto
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Alice Coelho uauuu...fantastico!!!gostei muito amigo!
há 14 horas · GostoNão gosto
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Cecilia Barata Uma nota excelente, Victor.Bem hajas e um beijinho.
há 12 horas
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3 pessoas gostam disto.
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Delmo Fonseca gosta disto.
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2 pessoas gostam disto.
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Lia Branco Espectacular. Obrigada, amigo. Beijinhos
há 11 minutos
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)