terça-feira, 22 de novembro de 2011

Memória de outros tempos e outras boleias (Victor Nogueira)



1. - Ao fim duns vinte minutos foi a chegada a Évora. Após alguns infrutíferos telefonemas feitos dum barzeco existente junto à estação, consegui arranjar um quarto na Pensão Eborense. Começara pelas pensões de 2ª classe e estava a ver que terminava no hotel de luxo. Mas Deus Nosso Senhor teve pena da minha bolsa! Entretanto os táxis tinham debandado. Sabendo que a pensão ficava a cerca de 1 km e porque a noite estava amena, pus o saco da TAP a tiracolo e pés a caminho. (...) (NSF - 1968.09.09)
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2. - De Évora para Lisboa pode ir‑se por estrada e por caminho de ferro. De camioneta ou de automotora, o tempo gasto no percurso é sensivelmente o mesmo: umas 3 h 30 m. A camioneta, embora mais enfadonha, é mais barata. A empresa [João Cândido Belo] concede cartões de estudante que permitem obter 50 % de desconto entre a localidade de residência e a de estudo e vice‑versa, no meu caso entre Lisboa e Évora. O comboio em 1ª classe fica à volta de 70 a 80$00 e a camioneta, com desconto, 20 a 30$00. (NSF. 1970.05.17)

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3. - Tac tac - tac tac - tac tac, cá vou eu a caminho de [Évora] num comboio ronceiro que espero chegue à tabela. Ao chegar, às 21:30, a falta de táxis e o excesso de "chegantes" fizeram com que o Régua e eu pegássemos nos respectivos sacos e mochilas rumo, um ao fim da Rua dos Mercadores, outro ao princípio da do Raimundo. Embora os sacos não fossem pesados, são incómodos de transportar, pelo que a meio do caminho eu protestava contra as minhas brilhantes ideias e murmurasse para com os meus botões acerca da minha fartura de mim e da muita paciência que eu tenho para aturar‑me. (MCG - 1973.01.04)
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4. - A gasolina é quase como agulha em palheiro para encontrá‑la. Está praticamente esgotada em Évora ou Lisboa. P'rá semana há mais! Domingo passado, segundo o Carlos, às 4 da tarde já havia 3 ou 4 carros parados numa bomba aguardando pela meia noite para poderem seguir rumo a Lisboa. No regresso de Portalegre tiveram de juntar‑se‑lhes. (...)(MCG - 1973.11.27)
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5. -Chegados a Évora, a 1ª bomba de gasolina ostentava ainda (?) o fatídico "Esgotado"; na 2ª uma longa fila de automóveis estendia‑se desde a Porta do Raimundo à Porta de Alconchel. Mais uns metros adiante um auto tanque da SACOR enfiava pela estação de serviço (à saída para Lisboa) e num ápice 6 automóveis iniciaram uma bicha. Azar, que o empregado logo disse que só amanhã, às 8 da matina. E assim saímos do 5º lugar. É o que eu digo: a continuar assim a gasolina esgota‑se ainda mesmo antes de haver. (MCG - 1973.12.03)
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6. - Há gasolina à farta nas bombas de Évora e acabaram as bichas. (MCG - 1973.12.04)

· Terça-feira às 2:16

  • Yuna Bac gosta disto.

    • Victor Nogueira Olá, Yuna. Sê bem aparecida :-P
      há 9 horas ·  ·  1



    • Yuna Bac Olá meu querido amigo Victor!!!! :)))) Beijinhos*
      há 38 minutos · 

    • Victor Nogueira 
      Já que não dou boleias nem as recebo de pessoal desconhecido, posso de vez em quando para variar colocar aqui as memórias das minhas boleias de outrora. Já viste o que era ir agora de Évora a Lisboa em 1ª classe de comboio a 35 / 40 cêntimos - sim que eu só andava em 1ª, apesar da extinta automotora feder a gasóleo entre o Cano e Évora ou vice versa, com uns encostos de pano branco sujos e que só deviam ser mudados no dia 29 de Fevereiro? LOL
      há 41 minutos ·  ·  1


    • Yuna Bac eheheh... Claro que sim Victor.... é sempre muito giro "ouvir" esses espisódios!! :)) beijinho, uma noite tranquila*
      há 39 minutos ·  ·  1

    • Victor Nogueira Igualmente para ti. Estás muito gira nessa foto de perfil LOL
      há 36 minutos ·  ·  1

    • Victor Nogueira Em tempo - Vê-se mesmo que nunca andaste na automotora. LOL. Era entre Casa Branca e Évora. O Cano é em Sousel, terra da minha hospedeira de então na Raymond Street, a D. Vitória
      há 9 minutos · 




1 comentário:

  1. Também eu andei à boleia quando era estudante, mas isso era no tempo em que ainda se confiava nas pessoas, mesmo as desconhecidas.
    Uma vez, na véspera de Natal,pusemo-nos à boleia para Évora; a primeira que apanhámos, num Mercedes,deixou-nos em Montemor.Depois o tempo passava, a hora da ceia aproximava-se e não conseguíamos arranjar quem nos levasse ao destino. Tivemos de telefonar para nos irem buscar se não ainda ficavamos sem consoada...

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)