segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Victor Nogueira ~~-~ Tejo de tantas águas!



(a partir dum poema inicial de Jorgete Teixeira)




Fotos Victor Nogueira

1


Rio
Um manto soalheiro
de estrelas  brocado
em mil flores esmaecidas
de sonhos desbotados
cerzidos
nas margens do esquecimento
jazem
nas carcaças  dos navios
de viagens desfeitas
enovelados no areal
Tejo de tantas águas!
espelho de tantas mágoas!



2.

Tejo
Rio meu
Imerso de saudade

Espelho de tantas águas
minhas de tantas mágoas!


3.

Rio
Um manto soalheiro 
de estrelas tecido
.
Mar
Com mil flores esmaecidas
de sonhos desbotados
cerzidos
nas margens do esquecimento
.
Praia 
de navios em carcaça
Esqueleto do viajeiro 
no areal
pé ante pé
onda após onda
numa roca a girar
.
Tejo de tantas águas!
espelho de tantas mágoas!


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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)