terça-feira, 19 de junho de 2012

louco, louco, louco que (não) sou

* Victor Nogueira


Sigo as ondas do teu olhar
beija-flor
solfejo
carícia
no bailar dos teus dedos
sonata
cantata
sossego
na brisa do teu andar

Ah!
não há fortalezas nem máscaras ou vizeira
nem andores
apenas o engano
apenas a dor
apenas a rede
apenas a sede
apenas pó e cinzas
e
eu
sem ti

Não há robles centenários

apenas eu
frágil
canavial
agitado na barca do teu sorriso

e
loucas
roucas
gaivotas a esvoaçar

e âncoras
travões a fundo


louco, louco, louco que (não) sou



Setúbal
2012.Junho.19




louco, louco, louco que (não) sou

por Victor Nogueira a Terça-feira, 19 de Junho de 2012 às 18:44 ·


.





    • Margarida Piloto Garcia Uma maravilha. Este é o outro lado do Victor, o lado onde a paixão não se entretém na paisagem, não se cola às memórias ricas e vividas, antes se descola da alma e desliza em palavras sem pudor. Este é o lado em que o homem, louco, ou não, se expõe...a nú.
      19/6 às 19:35 ·  · 3

    • Orlanda De Castro Barros formidavel...
      19/6 às 19:39 ·  · 1

    • Ana Maria Eyng Loucos somos eu e tu
      19/6 às 19:40 ·  · 1

    • Graca Maria Antunes Lindo amor que inspira tão lindo poema!
      19/6 às 19:50 ·  · 2



    • NOTÍCIAS DO BLOQUEIO

      Agarro os restos de mim

      Preso por arames
      Meto-me na mala
      Ponho o pé na estrada
      Malabarista do verbo
      Bordejando a chama
      Tiro das palavras o sentido que lá não está
      .
      Hoje,
      De novo á beira do caminho
      Ergo novamente os diques
      Tapo os interstícios da muralha que rompeste
      Baixo lentamente a vizeira
      Reponho a máscara
      Numa pirueta
      Até que o coração pare
      ou a serenidade regresse
      .
      1987.08.07 - Setúbal
      19/6 às 20:02 ·  · 4


    • Victor Nogueira Também posso vestir a realidade com fatos alegres e música e folguedos e brisas cariciantes e olhares de veludo e sedutores e de pedrinhas saltitando pelo riacho com se aves cantando fossem. 



      Com as palavras e a arte de usá-las se pode tor
      nar mágico o que não é e soalheira a mais triste noite ou brilhante como se de mil sóis rendilhados falassem o que me cerca e com elas me libertando :-)

      Ou não ! ! Porque o mágico tem consciência dos truques para tornar mágicos os enganos !
      19/6 às 20:02 ·  · 4

    • Ana Maria Eyng Mágicos enganos... oque importa que é mágico
      19/6 às 20:05 ·  · 1

    • Graca Maria Rito ‎... De louco todos nós temos um pouco .... :)))) Gostei muitoooooo amigo Victor !!Bjs
      19/6 às 20:50 ·  · 1

    • Maria Amélia Martins muito bem, Victor...gostei :-)*
      19/6 às 21:12 · 

    • Manuela Silva Louca deslizo em cada letra, em cada palavra feita, de sons que embalam minha tristeza, e louca, tonta desvio a esfera em alturas de infinito. Obrigada, Victor. São ambos os poemas sublimes. Boa noite.:-)ublimes
      19/6 às 21:52 ·  · 1

    • Belaminda Silva Camarada como diz o velho ditado "de médicos e loucos todos temos um pouco" adorei amigo estes belos poemas.

      Beijinhos:))
      19/6 às 22:46 ·  · 1

    • Yolanda Botelho gosto tanto deste poema,bj
      19/6 às 23:03 ·  · 1

    • Isabel Reis Louco,frágil ou não!!!o que importa é que continues a naufragar na barca da poesia :)
      19/6 às 23:12 ·  · 1

    • Maria Jorgete Teixeira Belo poema onde o "eu" se desnuda atravez do sentimento de solidão que a ausência do "objeto amado" lhe provoca...
      19/6 às 23:31 ·  · 2

    • Clara Roque Esteves Bom ritmo que dá uma grande beleza ao poema. O homem desnuda-se na poesia com uma doçura enorme. Gosto muito desta tua vertente romântica, rica de sentimentos doces. Obrigada. beijinho.
      20/6 às 0:36 ·  · 1

    • Yuna Bac ‎*
      20/6 às 1:51 ·  · 2

    • Carlos Rodrigues Vitoutro Victos desnudando o ombro a asa mágica oculta livre da patine do diá e no entanto o voo cauteloso de quem dispensa a eternidade do sono e sabe que os mágicos têm truques na manga. Abraço.
      20/6 às 11:01 ·  · 1

    • Carlos Rodrigues Correção: Não é Victos é Victor. LOL.
      20/6 às 11:03 · 

    • Lia Branco Gostei muito, Victor. Obrigada, beijinhos
      20/6 às 14:18 ·  · 1

    • Yolanda Botelho obrigada amigo,gostei.....
      20/6 às 22:51 ·  · 1


    • Victor Nogueira 
      Grato pelas vossas apreciações e "likes" . Mas não levem a mal que vos envolva sem excepção e por todas elas eu realce a beleza da Manuela Silva, a perspicácia da Margarida Piloto Garcia, e duma certa mocinha, cujo nome resguardo dento de
      mim, a simpatia e agudeza da Clara Roque Esteves, as palavras daMaria Jorgete Teixeira, o enigma do Carlos Rodrigues, (estou em dívida para contigo, bem sei, Carlos), o muito que diz a sensibilidade da Yolanda Botelho. Não, Isabel Reis, uma das comentadoras habituais, prefiro vogar na barca da poesia do amor alcançado e compartilhado. Nem só de solidão, malogros e desamores se tecem a minha poesia e a minha prosa. Bjos às moças e abraços aos moços :-)
      21/6 às 1:50 · 

    • Carlos Rodrigues Um abraço, Victor. Perdoo-te os juros. LOL
      21/6 às 18:07 ·  · 1
  • .

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    Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)