quarta-feira, 20 de junho de 2012

Madrigal e Cantiga de Amigo por Victor Nogueira


 a Quarta-feira, 20 de Junho de 2012 às 15:23 ·

* Victor Nogueira

SÃO TRISTE MADRIGAL E MELANCOLIA
.
Pus a bordada toalha de renda
No candelabro acendi a vela,
Alindei a mesa com trigo e rosas
Preparei o vinho e a codorniz
Em surdina a música e a prenda
Feliz contigo, poema na tela:
Ternura e beleza mui preciosas
Mas faltaste ao amador-aprendiz;
O jantar lixou-se, não estou feliz!.

1989.09.11SETUBAL

CANTIGA DE AMIGO COITA DE AMOR

Que novas, Senhor, de nós me dais
Que tão apartado e desencontrado
de mim andais?
Ah! Em vós está meu pensar
Ay e hu é?
Quando descoloridos ao madrugar
meus lábios por vós chamam
meu amigo, meu amor!
Ay e hu é?
Onde morais, Senhor, e
que é de vosso nome?
Ay e hu é?
Moro onde me leva o vento,
nas asas de uma cegonha.
Quem tal viu, Senhor,
o vento numa cegonha?
E o vosso nome, quem o sabe,
meu Senhor de mim?
É sem nome meu nome,
inté que o achareis por fim!
Ay e hu é?
Que novas me dais, Senhor,
Que tão velho é nosso pen (s) ar?
Que novas me dais, Senhora?
Que novas Senhor?

QUE NOVAS?

QUE NOVAS?

Que novas?

Que novas?

Ay ual, flor de verde piño


_______________________
Ay e hu é? - ai, onde está?
Ay, ual - ai, valei-me
coita - mortificação, pena, mágoa

 1986.05.12 Setúbal


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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)