* Victor Nogueira
1 - Como posso reconhecer quem desconhecia ou habitava apenas os meus sonhos? Ou serias aquela figura que esguia se me gravou na retina entrando para o comboio que rápido partiu deixando-me no cais?
2. - Sê tu em cada instante, sê comigo apenas tu, límpida e cristalina, apenas tu, lado a lado ! Porque sendo tu talvez sejamos nós !
3. - Mal nos conhecemos, apenas de escritos. Nem sei qual o sabor e a cor da tua voz e dos olhos sei apenas que são castanhos, porque escreveste, e não sei qual o seu brilho .
4. - E com tantas palavras bonitas a minha alma tem pena de não ter asas e voar para o rio da ninfa camoniana. E se eu não metesse conversa contigo não saberia quão querida me és por querido te ser.
5. - Mas ... que ia eu dizer, ah! pois, toda esta cultura é uma masturbação. As aventuras no cinema, as fotografias e os anúncios pseudo-eróticos nas revistas, na televisão, nas ruas, que despertam desejos de ternura, pela identificação - quando os despertam, ternura que a cidade violentamente nega. Resta-nos a lucidez e este vazio da vida que não sei se alguma vez existirá.
(1974.04.06 Victor Nogueira, cronista de João Baptista)
6. - Estas postagens nada significam nem têm retorno. Antes a mão e a voz ao alcance de mim ou de ti :-)
(Victor Nogueira, cronista de João Baptista)
7. - Penso em ti; não, não consigo pensar Os meus lábios são uma linha cerrada que a tua ausência torna áridos. Nada tenho a fazer nesta cidade, nem sei se haverá algum lugar em que eu caiba.
(Victor Nogueira, cronista de João Baptista)
8. - Oh ! Alix. Há pessoas que dizem que escrevo bem mas eu tenho de aprender a escrever como tu, cujos textos breves, sucintos, cheios de vida, acompanhados de criteriosas ilustrações, eu saboreio com inegável deleite
9. - De que te ris? ficaste com cócegas ? um sopro no teu coração para ele ficar leve como aveziinha.
10. - És uma pessoa muito sensível, afectiva, carente de ternura e talvez por isso algo possessiva e ciumenta. E dependes um pouco do que os outros pensam de ti. Parece-me do que em ti vejo ou leio .
Foto por gentileza da Alix
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)