* Victor Nogueira
1. - Tenho dentro de mim a tua imagem e o vazio da tua ausência e o teu silêncio.
2. - Hoje o dia está cinzento, triste, de chuva e não verei a brisa do teu olhar nem o sorriso da tua voz a cantar.
3. - Espero que estejas bem e com saúde.
4. - Acordo contigo no meu pensamento, a minha cabeça na tua almofada mas sem ti, sem o perfume do teu cabelo, sem o teu sorriso, o teu sorriso e o brilho do teu olhar, a macieza da tua pele, o teu corpo de mulher apetecida junto ao meu. Está um dia brilhante e soalheiro, como cheios de sol e cintilantes são os beijos e carinho que te envio nas asas do meu desejo de ti.
5. - Hoje sinto-me desamparado, frágil e só, como pássaro de asas cortadas, encurralado, prisioneiro, sem poder largar tudo, sem destino ou ao encontro de alguém cuja casa tenha as portas abertas ao sol, ao mar e ao vento. Quereria inventar palavras novas para ti, que fossem um caminho e uma ponte e não um muro ou uma barreira.
6. - Quando a nossa memória o esquecer fica este registo dum tempo em que fomos um só, felizes, em dois locais mágicos, ao pÔr do sol e junto ao mar. Ensina-me a ser teu amigo.
7. - As palavras apenas faladas perdem-se quase sempre nas brumas do tempo e da memória.
8. - Espero pelo homem que vem consertar a máquina de lavar louça. Acordei cheio de frio, a bater os dentes como castanholas mas se ponho o cobertor fico encharcado em suor.
9. - Uaaauuuu. Ao fim de 3 dias já posso tomar banho e já repararam a maq da louca. Beijos bailados ao som da valsa e do tango
10. - Está uma manhã brilhante, alegre e soalheira! Agora raro me escreves as palavras bonitas de outrora.
11. - Acordei duma noite de pesadelos, ora com frio, ora encharcado em suor. A manhã está triste, cinzenta e de neblina.
12. - Não sei como falar-te, que palavras usar e se vale a pena acreditar em ti e nas pontes entre nós ou deixar crescer a erva daninha.
13. - Apenas um sinal de vida e, com a brisa do entardecer, seguem o meu afecto e amizade. Hoje o meu coração não dança de alegria nem sou uma ave liberta na brisa do teu olhar.
14. - O tempo voa. Hoje tenho em mim o vazio da tua ausência e das palavras bonitas de outrora: juvernis, ridentes, sedutoras, acolhedoras e atenciosas. Deixo nas tuas mãos a minha amizade, o meu afecto e o meu carinho.
15. - Hoje é noite de lua cheia, que espero fotografar .
16. -
um dia tu virás
e seremos um rio ao luar
ave desperta
rosa aberta
no calor do teu olhar
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* Eugénio de Andrade
nos teus dedos nasceram horizontes
e aves verdes vieram desvairadas
beber água julgando serem fontes
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eras tu? Era o dia
acabado de nascer?
que rosa abria? Rosa
ou ardor? Não seria
só desejo de ser
um travo de alegria?,
um fulgor? Um fluir?
eras tu?
Era o dia ?
__________
olhos postos na terra, tu virás
ao ritmo da própria primavera,
e como as flores e os animais
abrirás nas mãos de quem te espera

Foto Victor Nogueira
Margarida Piloto Garcia Senti-me perdida nas palavras, no intenso magoar da saudade ou quiçá num desespero de não saber o que esperar. Andei de item em item . descendo uma escadaria como uma onda que após atingir o apogeu, morre só, numa praia qualquer. Que nostalgia em tudo isto, mas ao mesmo tempo é quase uma patine escondendo paixões encobertas.2/8 às 19:16 · · 2
Maria Conceição Cerdeira Lindo...acho que um dia ela virá...no fundo o ke todos procuram o sonho da eterna felicidade...viver no passado é errado, o passado deve ficar no seu tempo...porque o futuro é imprevisivel e poderá trazer o bem inesperado :)))
Maria Jorgete Teixeira Bela "colagem" de palavras ao serviço da expressão de uma saudade que magoa.2/8 às 21:20 · · 2
Graca Maria Antunes A felicidade... passamos a vida a persegui-la.E é bom sonhar.2/8 às 21:41 · · 1
Deolinda Figueiredo Mesquita Belíssimo....e....com o poema escolhido de Eugénio faz um enquadramento sublime. AgradeçoVictor :)2/8 às 22:51 · · 1
Isabel Reis fico à espera dessa foto e vê se consegues uma de um meteorito este mês à muitos...chega de saudades que a realidade...http://www.youtube.com/watch?v=UzFJwiHRwDg
2/8 às 23:57 · · 4 ·
Carlos Rodrigues Inspiradíssimo, Victor. Deixo-te como complemento uma última estrofe de um Soneto do injustamente esquecido Fernando Grade, cujo título, se bem me lembro era: " Quando a noite nos sobe até à boca " -3/8 às 11:26 · · 1
Carlos Rodrigues À varanda uma jovem quase nua / Vê nos barcos contornos sensuais / de uma outra boca mascarada de água / Minha vida é perder-te pelas ruas / entre as crinas o nácar e os punhais / recordar- me de ti com certa mágoa. Abraço, Victor.3/8 às 11:29 · · 2
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)