terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Victor Nogueira - em torno do Carnaval

 
auto-retrato em Cascais ~~~ Mais uma máscara, neste Carnaval de 2013 que em setúbal pregou a partida à meteorologia não despejando catadupas de água,

Nunca apreciei o Carnaval que era tema de redações do estilo O Carnaval, A Primavera ou "Que queres ser quando fores grande" Não me recordo de alguma vez ter-me mascarado, quanto muito apenas uma caraça. Nas redações lá vinha a inevitável referênc...ia "à carne a vala", da folia que antecedia a quaresma das cinzas até à 6ª Feira Santa - em que se não podia ouvir música, antes meditar na Paixão e Morte de Cristo, Nosso Senhor que ressuscitaria em grande no Domingo de Páscoa, aquele em que pelo menos uma vez no ano se devia comungar.

 Mas retornando ao Carnaval, sempre me causou uma certa perplexidade que em Portugal, sociedade machista de pegas, toiros, engates e mulheres submissas ao estilo faduncho do "!Não Venhas Tarde", de Carlos Ramos, homens pretensamente másculos se disfarçassem de mulher. Do que recordo do Carnaval são as criancinhas mascaradas e das brincadeiras estúpidas e de mau-gosto, como atirar farinha, ovos ou urina para cima dos transeuntes. Farinha que em Luanda tb se lançava na rua ou para dentro dos automóveis, obrigando-nos a fecha os vidros e trancar as portas Em Luanda havia tb corsos carnavalescos indígenas, animados e multicolores, que foram proibidos após o início da guerra colonial em 1961.

 Não me lembro de haver corsos carnavalescos em Portugal antes do 25 de Abril como hoje existem, uma caricata e tola imitação do Brasil, onde nesta altura está sol e faz calor - como em Luanda, enquanto que em Portugal está frio e muitas vezes chove, obrigando as "corsantes" quase despidas a tiritarem e baterem os dentes.

 E "prontus", amanhã tiro as máscaras e volto às fotos de perfil habituais. LOL

O poema que se segue foi escrito em Sousel e não em Évora.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2687552793424&set=a.2687550233360.2122261.1394553665&type=3&theater
 
 
 
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)