quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sonetos - 02 (3 sonetos sobre o amor)


29 de Agosto de 2013 às 0:10
3 sonetos sobre o amor

* Victor Nogueira


O AMOR É UMA COMPANHIA


É bem, uma companhia, o amor
Por alguém já não querer andar sózinho,
Buscando a claridade e o carinho
P'ra noite e dia terem belo valor.

De Olimpo a vida ganha outro sabor
Desde que se encontre o bom caminho
Do brocado e mui verdejante linho
Vestindo o mar e o céu de calor.

A fera guerra o amor já serena
Fazendo brotar, velha, novas mágoas
Na sempre distante felicidade.

Em doce e renovada cantilena
Por vales e montes partindo fráguas,
Com belo engenho, arte e qualidade.


1989.09.03 (2)
SETUBAL

~~~~~~~~~~~~~~~

Com desconcerto, há na vida tempo


Com desconcerto, há na vida tempo
P'ra estar sózinho ou na companhia,
Em paz ou na guerra do dia-a-dia
Com grã siso ou sem qualquer assento.

Devagar na viagem correndo,
Çom má tristeza ou boa alegria,
Os pés em terra ou na fantasia,
Palrando ou nada mesmo dizendo;

A casa com ou sem comodidade,
Com comida em fartura ou faltosa,
Com amor, ódio, carinho ou secura.

Vivendo ou não, onde a felicidade,
Na vida, destemida ou receosa,
Perdida ou na doce candura?!


1989.09.10
Setúbal

~~~~~~~~~~~

Fogoso é o fogo da juventude

Fogoso é o fogo da juventude:
Amar longa e mui profundamente;
Logo restam o pó e a cinza, sómente,
Não trazendo qualquer boa virtude.

No ribeiro, o arrulhar no açude,
Encanta de verdade, tão bem assente;
Mas o passar do tempo, só, desmente,
Mostrando não haver bem que não mude.

E lento, passa o mundo bem veloz,
Com máscara ou riso no olhar
A cobrir ou mostrando o ser da alma.

Mas de ontem fica a tenção, a voz,
Da paz e felicidade encontrar,
A juventude esvaída na calma.



1989.09.11
setúbal

vem de sonetos - 01

Foto Victor Nogueira
Foto Victor Nogueira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)