sábado, 26 de outubro de 2013

"um sorriso e duas lágrimas e nas lágrimas uma paleta infinda de emoções e sentimentos"


* Victor Nogueira



Aqui só vejo caracteres, não a tua mímica ou inflexões de voz; então para suprir a pobreza desta comunicação por esta via, usam-se emoticons. Entre o silêncio e a sombra, entre a luz e o fogo, eis o poema na paleta e nas asas do anil. Um caleidoscópio - o fogo e a cor das palavras, azuis ou em labareda, o mar, a montanha encantada, o verde esmeralda, o castelo, a nau, o berbere, os flocos de núvens, o ígneo magma ...

Se o pensamento e a mensagem são a marca, a imagem é, na sua riqueza, tudo. Feliz é quem for a concretização do que se não define, o amor: caleidoscópio no murmúrio de mil candeias em sopro rendilhado com o silêncio das palavras: tão breve e tão exigente que todo o tempo do mundo é escasso para vivê-lo na plenitude do sol e do mar oceano (sg uma epístola de lúcifer à lúcferinha)

Quando quem escreve encanta e seduz, o que se lê não é talvez o que o escriba codificou em caracteres, despojadamente ou com rendilhados, mas aquilo que o leitor-espectador lê, melhor ou pior, aquilo em que se projecta ou revê, por vezes narcisísticamente, tantas vezes num turnilhão de emoções e sensações que na realidade e na alvorada alvoreada se desfazem em sombras ou negro de fumo.

És tu que vestes e despes as minhas palavras, qualquer que seja a roupagem e o tecido com que as escreva; és tu que as amacias ou encrespas, as consideras ponte ou barreira. És tu que as enegreces ou coloras com os teus olhos, que são diferentes do meus e os teus lábios soletram de modo diferente dos dedos com que cinzelo na tela.

Não é um labirinto nem uma ilusão mas sim um vitral multifacetado, a tua pintura, um vidro como se cristal fora, contendo em si todo o universo: a memória dos cheiros, das cores, dos extremos, dos gritantes e radicais contrastes, do infinito, de tudo aquilo que não existe, nunca existiu, nesta terra nas praias da europa, onde a terra acaba e o universo e o futuro, para lá dela, começam !

Eu sou para ti um fruto do que imaginas ou sonhas e por isso não correspondo ao que de mim esperas, por isso acabamos (quase) sempre num deserto.

Mas, na tessitura das ondas, na concha da areia, no brilho da ventania, cabelos esvoaçantes com as cores do mar, com um beijo, dois, mil ... te envolvo em girândola de mil-sóis rendilhados.

Setúbal 2013.10.26

Foto: * Victor Nogueira 

"um sorriso e duas lágrimas e nas lágrimas uma paleta infinda de emoções e sentimentos"

Aqui só vejo caracteres, não a tua mímica ou inflexões de voz; então para suprir a pobreza desta comunicação por esta via, usam-se emoticons. Entre o silêncio e a sombra, entre a luz e o fogo, eis o poema na paleta e nas asas do anil. Um caleidoscópio - o fogo e a cor das palavras, azuis ou em labareda,  o mar, a montanha encantada, o verde esmeralda, o castelo, a nau, o berbere, os flocos de núvens, o ígneo magma ...

Se o pensamento e a mensagem são a marca, a imagem é, na sua riqueza, tudo. Feliz é quem for a concretização do que se não define, o amor: caleidoscópio no murmúrio de mil candeias em sopro rendilhado com o silêncio das palavras: tão breve e tão exigente que todo o tempo do mundo é escasso para vivê-lo na plenitude do sol e do mar oceano (sg uma epístola de lúcifer à lúcferinha)

Quando quem escreve encanta e seduz, o que se lê não é talvez o que o escriba codificou em caracteres, despojadamente ou com rendilhados, mas aquilo que o leitor-espectador lê, melhor ou pior, aquilo em que se projecta ou revê, por vezes narcisísticamente, tantas vezes num turnilhão de emoções e sensações que na realidade e na alvorada alvoreada se desfazem em sombras ou negro de fumo. 

És tu que vestes e despes as minhas palavras, qualquer que seja a roupagem e o tecido com que as escreva; és tu que as amacias ou encrespas, as consideras ponte ou barreira. És tu que as enegreces ou coloras com os teus olhos, que são diferentes do meus e os teus lábios soletram de modo diferente dos dedos com que cinzelo na tela.

Não é um labirinto nem uma ilusão mas sim um vitral multifacetado, a tua pintura, um vidro como se cristal fora, contendo em si todo o universo:  a memória dos cheiros, das cores, dos extremos, dos gritantes e radicais contrastes, do infinito, de tudo aquilo que não existe, nunca existiu, nesta terra nas praias da europa, onde a terra acaba e o universo e o futuro, para lá dela, começam !

 Eu sou para ti um fruto do que imaginas ou sonhas e por isso não correspondo ao que de mim esperas, por isso acabamos (quase) sempre num deserto.

Mas, na tessitura das ondas, na concha da areia, no brilho da ventania, cabelos esvoaçantes com as cores do mar, com um beijo, dois, mil ... te envolvo em girândola de mil-sóis rendilhados.

Setúbal 2013.10.26

Foto Victor Nogueira - Cascais (praia do Guincho)
Foto Victor Nogueira - Cascais (praia do Guincho)  

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)