quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A cor das palavras (re)colhidas em Fevereiro

12 de Fevereiro de 2014 às 1:31

  • Victor Nogueira

  • Há palavras e palavras, há emoções e sensações. Há a riqueza e a pobreza: a riqueza das tuas palavras e a pobreza das minhas palavras gastas. Seria uma eterna repetição dizer o quanto me encanta o que escreves, o quanto me encantam os sentimentos que nelas espelhas e reflectes
  • Não há palavras, apenas o frisson das sensações e o desassossego dos sentidos
  • vou lendo e saboreando e, navegando, gostando 
  • no silêncio das palavras silabadas
  •  escrever é, quase sempre, dar à luz, ao par(t)ir
  • as minhas palavas esgotam-se face à delicadeza das tuas partilhas
  •  entre eros e afrodite, as palavras e o silêncio dos sonhos
  • um homem na cidade, só, com seu pensar ?
  •  e um deus feito-homem, mesmo mal-amado, criou a mulher e com ela, renasceu
  • no fogo das tuas palavras, na aparente serenidade que esconde o turbilhão, as minhas empalidecem
  • em poucas palavras, quase sincopadas, um mundo
  • gostei de ler esta leve história
  • para lá do véu, para lá do mar-oceano, da estrela polar ao cruzeiro do sul, pela estrada de santiago 
  • No côncavo das tuas mãos e no silêncio das palavras, o sabor na concha da sabedoria
  •  comovem-me estes teus textos, reflexo e caleidoscópio teus, de ti, 
  •  Bela história para espantar os dias cinzentos e de tempestade, uivante, como o de hoje
  • Faltam-me as palavras com que lavras, ficam as sensações e as emoções 
  • uma composição feérica mas delicada, cheia de alegria e movimento, como se fosse uma interpretação musical
  • suave e delicada imagem, como sempre
  • pois ... eu poderia escrever o ponto de vista do homem independente e não marialva, mas me abstenho de entrar em guerra de sexos
  • digo apenas que ... gostei, e neste sabem todas as palavras
  • Esta foto tem o sabor dos anos 50 do século passado, dos anúncios da Life, de Hobby e da Popular Mechanics que o meu pai em Luanda comprava
  • Um quadro suave para os dias agrestes que pretendem sejam os nossos, os da crescente maioria em labirinto.


1.
o sorriso
suave
e
leve

muito leve
enigma

2.
sorrio
no fio
do rio

e

canto

3.

pétala a pétala te vejo e desfolho
gota a gota te ouço e dedilho
letra a letra em ti me reflicto
onda a onda mergulho e me perco

e

é de pedra o sorriso
que embranquece
é de cinza o andar
que enfraquece
é de gelo a boca
que não aquece
é de sal e areia o olhar
que ensandece


4.
página a página te desfolhas
pétala a pétala te recrias
gota a gota d'alegrias
dia e noite em teu olhar


5.
Na concha do teu nome que alinhavo,
um rio de sons,
suave lucerna
bailando.

Paço de Arcos 2014.02.12



Esta foto tem o sabor dos anos 50 do século passado, dos anúncios da Life, de Hobby e da Popular Mechanics que o meu pai em Luanda comprava
Esta foto tem o sabor dos anos 50 do século passado, dos anúncios da Life, de Hobby e da Popular Mechanics que o meu pai em Luanda comprava

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)