terça-feira, 4 de março de 2014

memórias e (des)afectos

* Victor Nogueira

Pois ... Há objectos que são como que pessoas, aos quais nos afeiçoamos. Não sendo eu um habilidoso manual salvo para o corriqueiro-simples, a máquina de calcular Facit, barulhenta mas fiável, que me valeu durante todos os meus estudos nos anos 60 e 70 do passado milénio ainda foi recuperável por um especialista. Hoje é uma peça de museu, tal como a régua de cálculo, já sem cursor, que o meu pai me oferecera, in illo tempore.

Já a velha Olivetti Lettera 2000, na qual escrevi muitos trabalhos, correspondência, artigos e textos   literários, essa não era recuperável salvo por um preço injustificável em termos de custos/benefícios. E foi para a sucata, sem que ao menos uma foto dela tivesse  tirado. Mas não ganhei o mesmo afecto à que comprei para substituí-la até à generalização dos computadores e as cábulas dos comandos do MS DOS pré Windows e de programas hoje esotéricos como o Word Star, o dBase III e o  Quatro Pro, todos longe dum clique. Enfim ....





a propósito de "O enterro do berbequim", por Ricardo Garcia, in
http://blogues.publico.pt/nosnomundo/2014/03/02/o-enterro-do-berbequim/#.UxVAfJTA4NY.facebook

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)