sexta-feira, 6 de junho de 2014

Tudo passa e tudo se extingue,



Tudo passa e tudo se extingue, (sobre) vivendo apenas enquanto estamos vivos, em gravação na nossa consciência e na nossa memória. Até ao esquecimento definito, ao eterno silêncio, ou a um parágrafo  num qualquer livro ou  nota de rodapé, ao serem lidos, se lidos.

Do passado e da vida ficam uns escritos e as memórias, as memórias do  que de bom e alegre houve, os escritos (re)lembrando que também houve maus momentos, quezílias, desencontros ...

Fiquem as boas memórias !

O MUNDO É COMPOSTO DE FAZENDA E MUDANÇA 

Cada um de nós é só ele próprio
E a sua boa ou má circunstância,
Procurando em tudo uma substância,
Com arte ou não, o alfa milenário.

Há na terra quem faça santuário
Do sentir ou razão, em abundãncia;
Mas é do cacau terna a fragância
Do fado ter um bom ou mau solário.

O tempo bem diz que é tudo ilusão;
O amor, doçura, felicidade,
Em lixo ou pó substanciando.

Honra, beleza, sentir, no caixão;
Erramos, pelo campo ou na cidade,
No mundo, bem ou mal, vagueando.

Pinhal Novo 1989.09.10
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Com desconcerto, há na vida tempo 
P'ra estar sózinho ou na companhia,
Em paz ou na guerra do dia-a-dia
Com grã siso ou sem qualquer assento.

Devagar na viagem correndo,
Çom má tristeza ou boa alegria,
Os pés em terra ou na fantasia,
Palrando ou nada mesmo dizendo;

A casa com ou sem comodidade,
Com  comida em fartura ou faltosa,
Com amor, ódio, carinho ou secura.

Vivendo ou não, onde a felicidade,
Na vida, destemida ou receosa,
Perdida ou na doce candura?!

Setúbal 1989.09.10

E  para terminar, em vez de ópera, de flamenco, de coros alentejanos ou do Exército Vermelho ou de fados de coimbra ou orquestras de música ligeira, que ouviste e cujo gosto me foi transmitido, sem esquecer a música de dança como o tango ou a valsa,  aquela que me parece retrata uma vida:

Dança de Balcão, pelos Virgem Suta 



https://www.youtube.com/watch?v=jL2G8QyPxKI

Teima, a preguiça a tomar posse
Este corpo já pesado,
Belo vinho meu ele fosse,
Não estaria aqui plantado.
Mas já leva minha conta
Que tabernas, agradece
Mais dinheiro eu tivesse
E ficaria, ficaria todo cá.

REFRÃO:
Brinde a nós,
Brinde aos avós.
Que se houver céu não estão lá sós.
Brinde a vós,
E já sem voz.
Brinde a quem aí vier.

Teima, a preguiça a ser maior
E a vontade de abalar
Mais um copo abaladiço
E outro p'ra recomeçar
Esta dança de balcão,
Que à parte os abraços
Nada deixa, nada fica
Nas histórias, nas histórias
P'ra contar.

REFRÃO:
Brinde a nós,
Brinde aos avós,
Que se houver céu não estão lá sós.
Brinde a vós,
E já sem voz.
Brinde a quem aí vier. (Bis 2x)

Só.

Foto Victor Nogueira -  Manuel -  1921.09.04 Porto - 2013.06.06 Setúbal 

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)