domingo, 6 de julho de 2014

E Alegre se fez triste


* Victor Nogueira (texto e foto)

FOTO VICTOR NOGUEIRA
Porto - Cemitério de Agramonte
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E Alegre se fez triste
na rima do vate com traste.

Teus olhos partem, são trastes,
tão fora de esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

E uma infinita tristeza,
duma tristeza sem fim
em profunda turbação
cai neve, concerteza
nas portas da traição
e no conselho d'estado
alegre trovejou
salvou o comunicado
e com voos de pardalito
contra-seguro deu à costa
enfiou dois palitos
com a treta da "conciliação"
na tríade em desagregação
a dos farsolas do costume
e do estrume.

Para o "diálogo interpartidário" do esCavaco
no alterne poetou 
e com a pena e sem plumas
bolsou

"as pontes de diálogo construtivo e que empenhem os seus melhores esforços na obtenção de entendimentos quanto aos objetivos nacionais permanentes".

Hip Hip Hurrah!
p'la salvação nacional
da "união nacional"
das bolsas que bolsam
e embolsam
pois então!

Volta Relvas, que animicamente já antes firmara ser 
"pela procura do conhecimento permanente."

Rima que não rema;
no plaino abandonado
jaz morto e apodrece
a voz de trovão 

O clarim que foi do "Canto e as Armas" na "Praça da Canção" ~
deu à costa dos tubarões e das hienas
galifões em faenas
de água chilra,
e de rosas sem pão!

Ah! "ditosa Pátria" que tais filhos pariu!

 Setúbal 2014.07.06

FOTO - Porto (cemitério de Agramonte)

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)