quinta-feira, 24 de julho de 2014

Foi de laranjais o vale

* Victor Nogueira

Foi de laranjais o vale,
é azul o estuário,
e brilhante o mar de sal
com a tróia um solário.

Na serra mãe, verde manto,
o branco convento-novo
para aedos, um espanto,
de cangarras, porto covo.

Com os golfinhos vogando
esvoaçam nos sapais
muitas aves, encantando
os pescadores,no cais.

Sem riqueza do pescado,
varados no areal
os galeões 'ruinados
na praia são lamaçal.

A indústria conserveira
foi exploração infrene,
sem tostão na algibeira
ou noitada que serene.

Das Figueiras, Mal-Talhado,
ou na Cova do  Canastro,
moravam mal apeados
os que não viam os astros.

De S. Domingos ao Tróino,
Santa Maria e Palhais,
Anunciada com sino,
S. Sebastião e mais.

É de Bocage a cidade
cantando Todi, Luísa,
Gravando a  liberdade,
é do Sado a Princesa.

setúbal 2014.07.24

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)