domingo, 14 de setembro de 2014

Amarante e o Rio Tâmega

1997

Nas faldas da Serra do Marão, na margem do rio Tâmega , situa‑se Amarante, com o seu Mosteiro de S. Gonçalo e ponte homónima sobre o rio onde se reflecte o arvoredo das margens. As ruas são estreitas, o ar escuro, húmido, enevoado. Algumas casas possuem varandas salientes, de balaustrada, cobertas, de madeira, como nos países nórdicos. (Memórias de Viagem, 1997)

1999

Fotos Igreja, ponte, chafariz, casa fotográfica e vista panorâmica. Num coberto arte nova um painel de azulejos ilustra uma das cheias do rio Tâmega. Em Amarante são muito pontuais na saída/encerramento e no trânsito os automobilistas  facilitam ainda menos que no Porto, ignorando os sinais vermelhos. Contudo a maioria das pessoas são simpáticas.

Museu Amadeu de Sousa Cardoso – senhor Cardoso, deficiente, é o guarda e bilheteiro; não nos deixa visitá-lo por já serem 17h 10, faltando contudo ainda 20 m para o seu encerramento. Os funcionários administrativos são zelosos com a hora de saída (sê-lo-ão também com a de entrada?). 

História dos postais e das contas (como foi?) e a atrapalhação com a máquina de calcular. Postais do expositor que não vende apesar de ter em stock outra colecção (???) e desenhos de Sousa-Cardoso.

Invasões francesas, defesa e saque da vila. Convento e ponte. Rio sinuoso.

A saída de Amarante pela IP 4 tem uma vista muito bonita, mas não sem podem tirar fotos. O caminho é muito montanhoso e verdejante, com videiras e pinheiros e casas espalhadas pelas encostas; de vez em quando avista-se o campanário duma igreja. Nalguns troços árvores queimadas testemunham pretéritos incêndios.

Atravessamos o rio Ovelha (?) a 27 km de Vila Real e os vales lá ao fundo são profundos, mal se distinguindo por entre a neblina.

As encostas já não são de cultivo, estando cobertas de erva rasteira, nem sempre uniformemente. Os nossos ouvidos zunem por causa da altitude e das diferenças de pressão; estamos na serra do Marão. Há um dito popular: “Para cá do Marão mandam os que cá estão”.

A neblina é cada vez maior; são 17h 40m e estamos a 17 km de Vila Real. Dois km depois começa uma íngreme descida e a visibilidade aumenta. (Notas de Viagem - 1999.09.02)

2014

Acordei de manhã com uma estrondosa trovoada e chuva a bátegas, que ameaçavam o passeio até Amarante, nas margens do Rio Tâmega, mas  tempo levantou e a tarde foi soalheira, luminosa, francamente estival. Consegimos estacionar o Fiesta mesmo no centro, à sombra do Convento de S. Gonçalo, junto à estátua a Teixeira de Pascoais, defronte do Museu [de Arte Moderna e Contemporânea] Amadeu de Sousa-Cardoso. A importância do povoado só começou depois de nele se instalar o eremita S. Gonçalo, venerado como casamenteiro, após várias peregrinações e deste ter construído a ponte velha sobre o rio. A construção do Mosteiro data do século XVI (D. João III) sendo concluída no reinado de Filipe I  e a nova ponte foi edificada após a primitiva ter ruído em 1763 devido à força das cheias. Cheias caudalosas que ao longo dos séculos alagavam o centro da povoação, disso dando conta lápides num prédio da Avenida General Silveira, a maior das quais em 2001, quando da queda da ponte Hintze Ribeiro, de Entre-os-Rios, em Castelo de Paiva, VER Tragédia de Entre-os-Rios, em  http://pt.wikipedia.org/wiki/Trag%C3%A9dia_de_Entre-os-Rios//pt.wikipedia.org/wiki/Trag%C3%A9dia_de_Entre-os-Rios

A vila foi destruída, incendiada e saqueada durante as invasões francesas, como represália pela resistência ao exército ocupante, tendo-se notabilizado no comando da sua defesa o General Silveira, factos relembrados na ponte. Outros filhos ilustres da terra são o poeta Teixeira de Pascoais e o pintor Amadeu de Sousa-Cardoso, 

Da história de Amarante fazem parte o Diabo e a Diaba, figuras eróticas e de culto popular e pagão,  dedicadas à fertilidade, perseguido pela Igreja Católica, de que se fala aqui:

~ A procissão dos Diabos 
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Prociss%C3%A3o_dos_diabos
~ O diabo e a diaba de Amarante - http://www.amarante.pt/museu/admin/galeria/formularios/historia_diabos_net.pdf

http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/09/amarante-e-o-rio-tamega.html

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)