quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Azurara: Convento de S. Francisco

* Victor Nogueira (texto e fotos)

 O Convento e a Igreja de S. Francisco são conhecidos por várias designações: Nossa Senhora dos Anjos, Nossa Senhora da Assunção e dos Franciscanos Capuchos. Fundado no século XVI, pouco resta do edifício primitivo, levando cerca de m século a edificação do actual conjunto, nos séclos XVII e XVIII, Hoje em dia a Igreja pertence à Ordem Terceira de S. Francisco de Azurara e o edifício do Convento é propriedade particular. Distingue-se ao longe pela sua grande torre adjacente,   (a Torre do Monteiro) proveniente de uma casa de Vila do Conde, da mesma família. A este local, em Setembro, acorrem muitos vilacondenses e poveiros, para celebrarem as Festas em honra de S. Donato, santo mártir cujas relíquias estão na igreja e qe é o protector das gentes marítimas da região. 

Perto situa-se a ermida de Nossa Senhora das Neves, cujo culto é dos mais antigos da localidade e em honra de quem se celebra a festa maior da freguesia.  Reza a lenda que neste local apareceu Nossa Senhora, em forma de pomba, a um pequeno pastor que acompanhava o seu rebanho. A festa de Nossa Senhora das Neves realiza-se todos os anos, no primeiro domingo de Agosto, sendo também conhecida por Romaria dos Anéis. Outrora o arraial atraía grande número de ourives que vendiam, aos rapazes, os anéis em ouro e chumbo que estes ofereciam às suas pretendidas. Mantém-se o costume ligado a esta festa e que é o de percorrerem a freguesia com tambores, anunciando a romaria, três vezes por dia, nos nove que precedem osfestejos. Em tempos idos o arraial organizava-se à volta da capela tendo sido, posteriormente, transferido para a área envolvente da Igreja Matriz.

Nos campos circunvizinhos pasta gado vacum e nesta zona se inicia a Reserva Ornitológica do Mindelo, numa zona de dunas protegidas. Destas se avistam ao longe a Igreja matriz de Azurara e o Convento de Santa Clara, em Vila do Conde.
 Diz-se que, noutros tempos, havia em Azurara mulheres de virtude ou dadas a feiticeiras, em face de que corria entre o povo de Vila do Conde a quadra seguinte:

“ Sou da Vila, sou vileiro,

Sou da Póvoa, sou poveiro,

Vou agora prá Azurara,
Aprender o feiticeiro.”

A tarde está muito cinzente e a chva iminente a que não escapo no regresso ao Mnidelo abrevia as minhas andanças pela reserva ornitológica e pelas dunas.

Azurara já foi assunto de outras notas, como:
http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/08/entre-azurara-e-vila-do-conde.html
http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/08/azurara.html

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)