sexta-feira, 5 de setembro de 2014

entre os rios Ave e Cávado; de Vairão a Junqueira

* Victor Nogueira

De Vilarinho, encruzilhada de caminhos, sigo para Vairão, volto a Vilarinho e sigo para Junqueira, fazendo desvios por estradas rurais florestadas, bordejadas por muros de pedra, para a ponte românica do Rio Ave, conhecida como ponte D. Zameiro, na Rota de Santiago, antiga estrada romana, [a Via Veteris], um sítio bucólico, com açude e duas azenhas, e para a Cividade de Bagunte, da cultura castreja, rumando seguidamente para Junqueira. Resisto à tentação de subir ao Monte de Sto Ovídio, miradouro sobre várias fregesias de Vila do Conde, onde existiu um castro. São locais que bem conheço e visitei em anos anteriores, salvo a Cividade de Bagunte, e no meio destes caminhos rurais, estreitos e sinuosos, o mapa tem uma escala inapropriada, valendo-me a simpatia dos transeuntes ou dos automobilistas a quem peço indicações sobre o caminho a seguir.

VILARINHO

Vilarinho possui um largo simpático, encruzilhada de várias estradas, com depósito de água em imitação de torre de menagem dum castelo desaparecido, uma casa solarenga, padaria, largo simpático e arborizado, que uma bomba de gasolina desfeia

VAIRÃO

A Igreja de Vairão,  do antigo Mosteiro beneditino de S. Salvador - situa-se num local bucólico com aprazível largo arborizado, e uma igreja de granito escurecido com cemitério anexo e muitos mausoléus, remontando a 974. Inicialmente comunidade masculina, passou a feminina a pertir de 1126. Do edifício românico, quinhentista,  conservam-se a cabeceira da igreja e parte do claustro. não destruídas pela "reforma" barroca. 

BAGUNTE

Igreja no cimo dum monte, com ampla vista, à qual se acede por íngreme rua. Cá em baixo um amplo terreiro, arborizado. Localidade conhecida também pelo seu castro pré-histórico a Cividade de . Bagunte ruínas duma povoação celtibérica.

A sinalização é deficiente e afinal aquilo que tomo como escavações arqueológicas cobertas, por trabalhos não concluídos, não corresponde à realidade, por pesquisas posteriores; deveria talvez ter seguido o trilho, num percurso cuja extensão desconheço. Apesar de estar dentro do horário, o Centro de Interpretação da Cividade encontrava-se encerrado.

Segundo o IGESPAR  "[localiza-se] numa elevação bastante proeminente, este povoado fortificado da Idade do Ferro, e posteriormente romanizado, ocuparia uma considerável área, com cerca de 325 m de comprimento por 150 m de largura. Possuía, pelo menos, cinco linhas de muralhas defensivas, no interior das quais foram detectadas estruturas habitacionais de planta predominantemente circular e rectangular, agrupadas em aparentes “quarteirões”.[AMartins, Igespar]"

JUNQUEIRA



Numa curva da estrada e ao cimo duma ladeira situa-se a igreja do Mosteiro de S. Simão da Junqueira, dos cónegos regrantes de Santo Agostinho, também conhecidos como Frades Crúzios, que remonta à segunda metade do século XI - com casas laterais, uma delas com escadarias exteriores. Em 1770 o mosteiro foi extinto pelo Papa Clemente XIV, transitando os seus bens para o Convento de Mafra. A igreja passou a ser paroquial e o convento -  foi vendido a privados, passando a ser usado como casa solarenga. Os edifícios profanos encontram-se em estado de degradação, a caminho da ruína, conttrastando com a boa conservação da igreja.

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)