sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vila do Conde: os dias finais

* Victor Nogueira (texto e fotos)

Vou a Vila do Conde em busca de uma livraria e pessoas a quem pergunto se existe alguma na cidade desconhecem o que é uma livraria e outra remete-me para as traseiras do Tribunal. O que encontro é apenas um estabelecimento que vende bugigangas e livros escolares, com uma estante com livros, pouco variada, alguns em saldo, dos quais compro apenas um, que se revela interessante: de Leon Goldensohn, "Entrevistas de Nuremberga", feitas por este psiquiatra norte-americano a réus e testemunhas de nazis no Tribunal Internacional. Interessante constatar que norte-americanos e britânicos, ao contrário dos soviéticos, queriam execuções sumárias, sem qualquer julgamento. Mas elucidativo é que não poucos dos réus e testemunhas preferiam estar sob a alçada da Grâ-Bretanha e dos EUA a terem-se rendido aos sovieticos, apresentados como bárbaros e sanguinários pelos nazis, que pretendiam uma paz separada com o Ocidente que os apoiasse na continuação da investida guerreira e anticomunista.

Estas são as fotos desse dia, entre o parque de estacionamento gratuito e sempre com lugares vagos adjacente ao mercado, salvo à 6ª feira de manhã, dia do mercado semanal. e as trazeiras do Tribunal, defronte do qual um centro comercial sem lojas vagas, as tem todas fechadas a partir das 19 horas, vazios de gente os corredores iluminados. O Mercado Municipal ainda ostenta o nome do Engº Duarte Pacheco, dinâmico ministro e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa durante o tempo do fascismo, tal como ainda se manterá o do General Carmona, na Ponte sobre o Rio Tejo em Vila Franca de Xira. A Duarte Pacheco já depois de Abril o Município de Lisboa ergueu um feio conjunto escultórico ao Engenheiro que lançou a auto-estrada Lisboa-Cascais, nos anos 40, concluída apenas décadas depois e já depois de 1974.

http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/09/vila-do-conde-os-dias-finais.html

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)