quinta-feira, 28 de maio de 2015

Sintra e Castelo dos Mouros


texto e foto victor nogueira - 

Sintra e Castelo dos Mouros alcandorado no cimo da penedia - Lá em cima estive há décadas e no passado milénio, no tempo em que era menino e moço, modo de escrever para tornar distante no tempo o que na história do Universo ou mesmo da desHumanidade não passa de fugaz instante, mais breve que o fugacíssimo lampejo dum fósforo que de imediato se apaga entre os dedos e ao sopro de levíssima brisa. 


Tenho de lá voltar, vencida a inércia em que estou emaranhado, photoandarilhando por aquelas pedras e ruínas, buscando o horizonte infindo em redor. E talvez dalgum recanto e das penedias e fraguedos (res)surja a moura encantada que o meu desencanto quebre. Bem posso esperar sentado, para não me cansar, na úmbria, murmuram-me os meus botões e o meu lado racionalista.

Mas ... por falar em descanso: áqueles povoados fortificados defendidos por castelos alpendurados em rudes e pedregosos fraguedos, deveriam chegar com os bofes na boca e tremuras nas pernas e nos braços , os peões de ventre ao sol e os cavaleiros de ferro cobertos para mal das cavalgaduras em que se transportavam, equinos ou mulas, após percorrerem penosamente estreitos e sinuosos carreiros, levando pelos costados acima com pedregulhos, setas e óleo fervente. O que hoje nos parece paradísiaco na sua verdejante serenidade seria então a antecâmara do inferno. 

Tão dolorosas as queimaduras que se prolongavam no bailar das chamas e dos tormentos nas profundas do reyno de Belzebu, sem mil virgens que em Cristo amenizassem a glória dos cavaleiros e seuus peões de brega.

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)