O dia do Marquês
Hoje foi o dia do Marquês. Distribuímos
jesuítas (250) e ginjinhas (5 litros) pela malta, a começar pelo Secretário
[Pe. Augusto da Silva], Ah!Ah!Ah! Ontem eu e a Domingas desenhámos dois
cartazes (com piada!) e hoje enforcámos bancos com gabardina no Instituto. O [José]
Ilhéu tocava corneta e eu descobri uma vocação de tamborista. Fenomenal. (Tu
[Celeste] a cantar e eu ao batuque havíamos de formar um lindo dueto). Todos
disseram que os "jesuítas" estavam bons e a "ginjinha"
deliciosa, incluindo os jesuítas.
Trouxe o badalo para casa e
agora o sr. Veladas só tem uma sineta rachada [para os toques de entrada e
saída] ([1])
Tenho muita pena mas não sobrou qualquer jesuíta. Só
6, que são intragáveis: manos Silva [Augusto
- secretário - e António - director ], o [Manuel] Belo, o "Piricão"
[Pires Lopes], o "Ginjas [Vaz de Carvalho], e o Pato. Para esses ainda não apareceu
nenhum Marquês [de Pombal].
(MCG - 1974.03.28)
[1] - O senhor Veladas sempre desconfiou que eu trouxera o
badalo para casa e pretendia que eu o devolvesse, mas como nunca lhe acusei o
toque acabou por esquecer. A memória que tenho é da sineta ter sido substituída por um .... chocalho.
NOTA - No século XVIII (1759), no processo de centralização "iluminista" e absolutista do poder real e de reforma do Ensino, o Marquês de Pombal, ministro de D. José I, expulsou os Jesuítas (Companhia de Jesus) encerrando todo os seus Colégios e extinguindo a Universidade que estes tinham em Évora. O ISESE, fundado em 1964, dirigido pelos Jesuítas e financiado pela Fundação Eugénio de Almeida, pretendeu ser o embrião da sua "refundação". As actividades lectivas do ISESE foram pela Companhia de Jesus suspensas no 4º trimestre de 1974 e o ISESE definitivamente encerrado por esta há 2 ou 3 anos.
NOTA - No século XVIII (1759), no processo de centralização "iluminista" e absolutista do poder real e de reforma do Ensino, o Marquês de Pombal, ministro de D. José I, expulsou os Jesuítas (Companhia de Jesus) encerrando todo os seus Colégios e extinguindo a Universidade que estes tinham em Évora. O ISESE, fundado em 1964, dirigido pelos Jesuítas e financiado pela Fundação Eugénio de Almeida, pretendeu ser o embrião da sua "refundação". As actividades lectivas do ISESE foram pela Companhia de Jesus suspensas no 4º trimestre de 1974 e o ISESE definitivamente encerrado por esta há 2 ou 3 anos.
«Exurge Domine et judica causam tuam. Psalm. 73» (Levantai-vos, ó Deus, e defendei a vossa causa;" salmo 73;22), era o lema da Inquisição, cujo Tribunal em Évora funcionou no "Palácio" onde depois foi instalado o ISESE. Diz o cartaz "É de fartar malta !" / Jesuítas e Ginginha - dão-se ... (ou despacham-se" / "Hoje no Atrium às 10 h 50
Em 1974, num Portugal autoritário e repressivo "a ordem reina(va)". No ISESE a respectiva Direcção era exclusiva da Provincia Portuguesa da Companhia de Jesus. .Na "assistência" botam opinião várias "correntes": o Liberal (Sirvam-se à vontade), o Realista (Não! Não! Que a comida não é muita ! E os convidados ? ), o Conciliador (Bem ! Então é só um jesuíta para cada um - Tenho dito I!) - O [zé povinho ] lixado [e emigrando] (Pois, pois, eu é que fico sempre a perder !!)
à porta do isese - Carlos Mota de Oliveira, António Viegas, Domingas Lobato, Victor Nogueira
Foto de autor não registado (1971 - Fevereiro)
o pessoal menor do ISESE no terraço (à direita, o sr Veladas - (ao fundo duas das torres da muralha medieval, incluíndo à esquerda a das 5 quinas) - Foto Victor Nogueira
Évora - num voo pilotado pelo Seruca Salgado em Dezembro de 1974 - Em 1º plano a Sé. e defronte um pedaço da Rua da Selaria, que vai dar à Praça do Giraldo. À esquerda das ruinas do Templo Romano o edifício branco é antigo Palácio da Inquisição, onde funcionava o ISESE A mancha verde para lá das ruínas romanas é o Jardim de Diana, sobre a antiga muralha árabe e romana. Na correnteza à direita e após a Sé, sucessivamente o Museu, a Biblioteca Pública (ambos no antigo Paço Episcopal), o antigo Convento dos Loios (Pousada) e o Palácio dos Duques de Cadaval com a Torre das 5 Quinas. Para lá do jardim, a antiga Mouraria (Foto Victor Nogueira )
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)