* Victor Nogueira
O fim de tarde estava soalheiro mas a brisa era forte, enregelante. Com o roteiro na mão rumo ao centro de Vila do Conde em busca de casas para além das de Eça de Queiros e de Josè Régio, mais concretamente, Guerra Junqueiro, António Nobre, Camilo Castelo-Branco e Rui Belo. Começo pela Rua do Costa até ao Largo da Misericórdia onde por falta de bateria não posso fazer mais fotos. Isto e o frio cortante que me trespassa e enregela os ossos fazem-me abreviar o périplo. Ficam apenas as fotos no minúsculo Largo dos Enjeitados, onde sobressai avassaladoramente um cruzeiro entre casas de granito, e da janela manuelina da Casa do Despacho adossada à Igreja da Misericórdia.
Gorado este primeiro intento e para explorar terreno parti em busca dos estaleiros navais, que transitaram para a margem esquerda do Ave, na freguesia de Azurara. Mas os estaleiros estão circum-murados e fechados à hora que chego e não me parece que tenham a graça do tempo em que estavam prantados no centro de Vila do Conde, à beira-rio, Perto, no cruzamento das ruas de S. Sebastião e da Junqueira, vejo um edifício granítico destelhado, talvez uma capela, com portal gótico e pequena torre sineira, cuja existência era para mim desconhecida.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)