Alguém escreve: "Eu postei este texto hoje, pela manhã, n momento de extremo desespero. Ninguém leu, ou comentou. A desgraça alheia enfeia a paisagem do Facebook, salpicada de belas e floridas postagens, frases positivas, o besteirol. A dor do outro é nada; uma chatice; repetitiva. Concordo! Quando chegar a sua vez, não me marque. E nem espere de mim nenhum conforto. (...)
Victor Nogueira comenta:
Pois, querida amiga o Facebook é assim. Ou tens um grupo pequeno, em inter-acção, ou tens uma lista enorme de amizades ou conhecimentos, um pouco mais diminuta que na vida real.
Quando as pessoas partilhavam comigo ou eu com elas, se notava a sua ausência procurava saber o que se passava, através do chat ou telefonando. Mas a verdade é que a inversa não se verifica nem muitas das pessoas que se "entusiasmam" com as minhas publicações (textos e / ou fotos) não mostram interesse em conhecer-me pessoalmente ou em encontraram-se comigo, mesmo que algumas delas tenham o meu telefone embora eu não tenha o delas..
Se e quando estou a fossa não recorro ao inFaceLock. Saio de casa, a pé ou de carro, leio ou escrevo, passeio, deambulo, vou até uma esplanada, telefono a quem eu conheça para conversar ou "desabafar" ou para sair comigo. Como estás longe, não posso convidar-te. :-)
Mas mesmo que estivesses perto, mesmo que fosses a vizinha que comigo se cruza diariamente, não saberia que és tu pois não me parece que partilhes fotos de ti.
Independentemente disso, gosto do que normalmente escreves. "Beijos de mim"
Foto Victor Nogueira - pôr-do.sol em Setúbal (central termo-electrica) ou aa beleza da poluição
***
Os livros e as pessoas
Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem têm olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,
nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.
Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamentos
ou um pouco de nós
para que chegue aos outros.
.
Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.
Victor Nogueira (1969)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)