* Victor Nogueira
Muitas vezes na nossa memória há parcas
e como que desfocadas imagens e lembranças que se perdem nos escaninhos do
cérebro ou estão soterradas. Fortuitamente
ou pesquisando com palavras chave a Internet é um imenso arquivo que nos
permite reencontrar ou relembrar factos e dar-lhes maior ou novo conteúdo
As memórias mais antigas que
tenho sobre cinema e banda desenhada são respectivamente um barco a vapor com
rodas motrizes laterais e uma página da revista "Senhor Doutor" em que uma família entrava no automóvel e
este se partia ao meio, com a dianteira seguindo viagem e deixando para trás a
traseira. Nesta história aparecia o termo "víveres" cujo significado desconhecia e a minha mãe mo explicou.,
A 1ª BD
.
O meu avô paterno comprava para os filhos revistas de Banda
Desenhada, como o Senhor Doutor e O Mosquito e não sei se também O Mundo de Aventuras, isto
nos anos 30 / 40 do passado milénio, como depois e mas tarde do Porto me
enviava o Pim Pam Pum (O Século), o Cavaleiro
Andante, o João Ratão, Flecha e uma revista,
cujo nome não recordo, em que um dos heróis era o Pato Donald de Walt Disney (1), E em Luanda nesse
tempo lia e colecionava os suplementos infantis do jornal Província de Angola (Bambi) e da revista Modas e Bordados (Joaninha). Comprava também ou o meu pai me
oferecia a revista Camarada, da
Mocidade Portuguesa, e gibis brasileiros, uns de aventuras, outros didácticos,
como Ciência aos Quadrinhos, História aos
Quadrinhos, Bíblia aos Quadrinhos e
Obras Primas da Literatura lustradas, quase todas se não todas editadas
pela EBAL.
A minha biblioteca pessoal de então baseava-se em literatura (prosa), história e divulgação científica, para além da BD (O Senhor Doutor, O Mosquito, Mundo de Aventuras, Titã, Cavaleiro Andante ou Zorro, o Gibi e outras revistas de BD brasileiras, como a Histórias em Quadrinhos ou a Ciência em Quadrinhos ou uma colecção em BD de granes obras da literatura universal, para além duma revista da MP (Mocidade Portuguesa - chamada salvo erro «Camarada»). O meu gosto pela poesia e pelo teatro surgiram muito depois, já em Lisboa e Évora. E porque não referir uma colecção de divulgação científica de Rómulo de Carvalho, o poeta António Gedeão [oferecida duma assentada pelo me pai].
(...) Claro que em Luanda também havia a leitura regular de jornais como a Província de Angola, o ABC, por vezes O Comércio de Luanda, cujo director era amigo da família, para além dos suplementos infantis do Jornal O Século (PimPamPum, enviados regularmente de Portugal pelo meu avô paterno, tal como o Cavaleiro Andante), da Província de Angola (O Bambi) e creio que da Eva (a Joaninha). Para além das revistas como a Revista de Angola, O Notícias de Angola, O Cruzeiro e o Grande Hotel, (fotonovelas) estes do Brasil, ou o Paris-Match e o Le Courrier de l'UNESCO. Sem esquecer a[s] revista[s] Time [e Life], assinada[s] pelo meu tio José João. " (2)
No campo do cartoon, o personagem mais antigo de que me
lembro é “O Amigo da Onça” de Péricles
de Andrade Maranhão, publicado na revista brasileira O Cruzeiro, também adquirida pelos meus pais em Luanda.
Um dos meus desgostos foi em criança ter destruído o Senhor Doutor, que estava lá em casa numa
malão de madeira, rasgando-se quando os retirava por uma fresta. Outro desgosto,
já adulto, foi resultante do meu pai, por represália contra mim, ter deixado em
Luanda toda a minha biblioteca, incluindo os álbuns e revistas de banda
desenhada, hoje valiosos, entre os quais estavam também o Mundo de Aventuras e O
Mosquito, dos anos 30 a 50, que o meu tio me oferecera.
Foi para mim um prazer reencontrar algumas destas revistas e
muitas outras uma exposição da Gulbenkian, realizada em Lisboa há muitos anos.
Mas voltando à história mais antiga de que me recordo, não
sei se seria de Pafúncio e Marocas, (Bringing Up Father), criada em 1913
por George McManus. Parece-me que sim, ao ver as pranchas
(1) - Na Praia do Bispo a minha alcunha em casa e na miudagem da vizinhança era Donald, talvez por ser reivindicativo em casa ou por vezes quezilento. Mas identifico-me e simpatizo muito mais com o Rato Mickey.
(2) - in Luuanda - Escritores Angolanos lá em casa e não só
(2) - in Luuanda - Escritores Angolanos lá em casa e não só
O 1º filme
A 1ª vez que estive no Porto, com a minha mãe, tinha 3 anos
e ficámos a morar em casa do meu avô Luís, na Travessa da Carvalhosa. Guardei
algumas memórias, não da cidade mas da vida em família. E dum espectáculo a que
assistimos ficou a minha foto numa revista, espectáculo esse com a Amália
Rodrigues e o Estevão Amarante. Ia com o meu avô Luís muitas vezes para o café.
e ao cinema e lembro-me dum filme que vimos, do Walt Disney, Steamboat Willie,
com Mickey Mouse. que podem ver a seguir:
in
Photoandando pelo Porto, cidade granítica
17 de Março de 2013 às 23:36 in https://www.facebook.com/notes/victor-barroso-nogueira/photoandando-pelo-porto-cidade-gran%C3%ADtica/10151355940454436/
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)