terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Activistas do PAN travam ida de oliveira secular para Londres

* Victor Nogueira

Quantas oliveiras e outras árvores centenarias sem falar nos montados têm sido abatidas por esse Portugal fora, designadamente para permitir a concretização de projectos urbanísticos ou de obras públicas (uma das notícias refere mesmo o de Alqueva) sem que se levantem ondas de indignação e pseudo orgulho patriótico ou nacionalista ? A oliveira que se pretendia transplantar não seria para destruição mas sim preservada.

O boato de que o emigrante quereria levar para Londres a oliveira mais antiga de…
PUBLICO.PT

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  1. A. C. Magalhães
      
    Só agora tive o gosto de completar a leitura do artigo.A inovação e a oportunidade de defender estas árvores, são um bom exemplo de uma oportunidade de negócio ambientalmente responsável.
  2. Victor Nogueira
    Se as oliveiras falassem, que histórias teriam para contar ?!

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Entreaverdadeeamentira


ALGUÉM ESCREVE: Quem dera doutores de hoje com a educação que conheci em analfabetos de ontem.
E EU REFLEXIONO: Ora, ora. De ontem, no antigamente de outrora, tb conheci muito doutor ou engenheiro, médico ou professor, do Liceu ou universitário, p. ex., arrogante e com falta de maneiras e de educação, sobretudo para quem fosse de condição social inferior à sua. E tb conheci agrários e latifundiários ou patrões, (quase) analfabetos, arrogantes e sem consideração por quem quer que fosse.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Carta recebida/respondida

Lembrei.me agora que um dos meus primeiros poemas - mais precisamente o 3º - foi enviado à Lili em 1969, escrito em évoraburgomedieval
Victor
Para a Lili Carta recebida/respondida respondida/recebida Assim, como bom menino - que todos devemos ser - Todo aperaltado: o vinco das calças bem marcado, bem "nodada" a velha e querida gravata, o cabelo, sem brilhantina, bem penteadinho - para a direita.. Um cheiro a Lavanda ... e a Pitralon. Nas mãos - lavadinhas – um ramo de flores. Tão amoroso! o ramo ou o menino? Braços que se abrem e se estreitam ... Ffffchiúu! Ffffchiúúu Feliz Aniversário, titi; Que este dia se repita por muitos Muitos, muitos e loooooongos anos! Évora, 24.FEVEREIRO.1969
































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"bem nodada" significa com o nó bem feito




sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

em Luanda (1946.10.12)




fotos JLCF ou MNS -  em Luanda (1946.10.12), na rua Frederico Welwitsch, com a minha tia Maria Luísa, que hoje celebra 91 anos de idade

Papa Francisco - Fátima. Uma noite em saco-cama para dois adultos custa mil euros

* Victor Nogueira

Gand'as negócios à conta do Papa e da Santa Madre Igreja Católica, Apostólica, Romana Ai. ai, S. Francisco de Assis ! Quanto pagaria Cristo se à Terra retornasse e que diria à Virgem sua mãe ? Para nascer não haveria para o Messias um buraco que fosse !
Os poucos alojamentos que restam em Fátima para a visita do papa Francisco, a 12…

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

José Afonso - notas breves e memórias


José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos 
(Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987)

memória de zeca afonso e do fascismo


* Victor Nogueira 

1971
Como única companhia nesta tarde o José Afonso, melhor, a voz do Zeca Afonso, que sai dos alto falantes [do giradiscos] e enche o quarto, mas não a minha alma, demasiado grande para a minha alma tão pequena. (NSF - 1971.02.28 - em évoraburgomedieval)

1972
Em Setúbal reconheci o Zeca Afonso. Refreei o impulso de perguntar lhe "Você é que é o Zeca Afonso ?" e deixei o seguir para um café da Praça do Bocage. (MCG - 1972.12.29)

1987
Ali no gravador canta o Zeca Afonso, que tinha uma voz muito bonita. E ao mesmo tempo fico triste com elas (canções), porque me fazem lembrar o tempo do fascismo, quando havia esperança de lutar e conseguir um mundo melhor, sem guerra,. nem miséria, nem fome, mas onde houvesse alegria, liberdade e paz. (SNS - 1987.04.26)

2007
 José Afonso - Um amigo - Para muitos de nós o Zeca foi uma referência e um amigo. Ao vivo, só o vi duas vezes; num dos últimos espectáculos, no Clube Naval Setubalense, quase sempre sentado por causa da doença que o mataria, e outra no meio da multidão num dia normal na Praça do Bocage. O Zeca tinha uma voz rica e era um homem solidário, que os senhores do dinheiro através dos seus tiranetes e marionetas, quiseram calar, maneira eufemística de dizer ASSASSINAR, que é o que decorre da proibição de trabalhar, do activo repúdio do comunismo e doutras formas subversivas que resultam do dia de trabalho à hora, à peça, ou do desemprego, seja ele resultante da informação de bufos e PIDES, seja pela prepotência do patronato, seja este analfabeto ou matarroano ou mal vestido, ou doutorado, bem vestido, bem penteado e escanhoado, para além de perfumado e bem falante.

Durante o meu «exílio» em Évora, a música foi uma das minhas amizades e companhias. Entre outra, o canto de intervenção, de que destaco três «amigos» - o Zeca, o Adriano e o Joaquin Diaz. Para não falar, noutra onda, no Jacques Brell, no Charles Aznavour, no Gilbert Bécaud e na Edith Piaff. (2007.11.16)
.
2014 / 2016
Em José Afonso - Um amigo falei das duas únicas vezes em que me lembro de ter visto o Zeca Afonso pessoalmente. Mas já o conhecia de Luanda, duma data, que situa nos anos 60 do milénio passado, quando em casa recebi um telefonema do meu colega do Liceu e amigo Virgílio que me disse um pouco em surdina: «Ouve este disco que acabou de me chegar às mãos». E assim, pelo telefone, ouvi pela 1ª vez o José Afonso, interpretando «Os Vampiros».

(...) E aqui voltamos ao gira-discos e ao Zeca. Para além de música clássica, havia livros e discos apreendidos pela PIDE e FORA do MERCADO, sendo crime tê-los em casa. E assim o que sobrava da mesada era para livros e discos, estes comprados por baixo do balcão e vendidos apenas a clientes de confiança. Deste modo, para além de pessoas, acompanhavam-me, para além da música clássica e de ópera, o Luís Góis, o Fernando Machado Soares, o Zeca Afonso, o Adriano, o então Pe. Fanhais, Cantos Revolucionários de Le Chant du Monde, Joaquin Diaz, Luís Cila, Jacques Brell, José Mário Branco, o Manuel Freire. Ary dos Santos e o seguimento quase religioso do Zip-Zip e, quanto a mim, d’ As Conversas em Família do Marcelo Caetano, num outro café mais popular, salvo erro o Alentejano, que comentavam em voz alta e entre si as suas discordâncias com a conversa fiada do Marcello.

(...) Aqueles cantores atrás referidos e outros eram os nossos amigos e companheiros, a Voz da Resistência e do Combate, e por isso ouvir hoje essas canções comove-me e simultaneamente melancoliza-me, pela não concretização do Sonho que o 25 de Abril criou, afinal breve esperança que não será concretizada na nossa geração..Mas o capitalismo já leva seiscentos anos de existência e só agora conseguiu criar condições para se estender pelo todo o mundo. Mas a Comuna de Paris durou escasso tempo, as Revoluções de 1848 e de 1918 foram esmagadas de forma cruel e sangrenta, a Revolução de Outubro aguentou-se mais tempo. E como dizia Lincoln ( se entretanto não houver um holocausto nuclear), «pode-se enganar todo o Povo durante algum tempo, pode enganar-se uma parte do Povo todo o tempo, mas não se pode enganar todo o Povo todo o tempo». (2014.02.23 / 2016.11.25)


2016
Não sei quando foi a 1ª vez que ouvi falar do Zeca Afonso (creio que havia discos dele na discoteca do meu pai, que apreciava fados de Coimbra, para além de ópera e música coral, incluindo a alentejana e a dos Coros do Exército Vermelho), mas lembro-me de em Luanda nos anos 60 ter recebido em casa um telefonema dum nosso colega no Salvador Correia - o Virgílio Barbosa . a dizer-me que tinha acabado de receber um certo disco, e foi assim que pelo telefone ele me deu a ouvir .... "Os Vampiros"

No meu "exílio" em évoraburgomedieval a música era uma das minhas "companhias", incluindo entre outros Zeca Afonso, Adriano e Manuel Alegre - o da "Praça da Canção" e de "O Canto e as Armas", (CB 2016.05.22)


Zeca Afonso - Ao Vivo no Coliseu 1983





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

"Somos Livres"



foto victor nogueira - lisboa e cais das colunas, em 1975. No horizonte a Ponte 25 de Abril e na outra margem - a esquerda - o  Cristo-Rei.

Com Ermelinda Duarte (letra e música) , nos idos de 1974 / 75, "Somos Livres"

https://www.youtube.com/watch?v=9v15fr7Wfek

Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.

Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.

Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.

Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.

auto-retrato em Paço de Arcos - 2017 02 22 -


auto-retrato em Paço de Arcos - 2017 02 22 -

Os dias vão aumentando, de céu límpido, azul e cintilante, com temperatura amena, um pouco fria a partir do entardecer.É tempo de ir aliviando o vestuário. No horizonte não há Penélope,My Fair Lady,  Maria dos Mil-Sóis Rendilhados, Miquelina, Maria do Mar ou Joana Princesa  que des(a)perte o meu sorriso. e faça em mim renascer a Primavera :-P

Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

não basta(m) os 286.29 menos 25...
que ainda por cima vivo há meses!
- sem ninguém se importar -
com toda a minha vida
em suspenso.
mas não de
um jardim
3ºandar
.
fj
Comentários
Victor Barroso Nogueira Não será bem assim que ninguém se importe, mas talvez e sobretudo que quem tu queiras / pretendas que se importe o não faça. Abraço Filipe Chinita


Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, 
Muda-se o ser, muda-se a confiança: 
Todo o mundo é composto de mudança, 
Tomando sempre novas qualidades. 

Continuamente vemos novidades, 
Diferentes em tudo da esperança: 
Do mal ficam as mágoas na lembrança, 
E do bem (se algum houve) as saudades. 

O tempo cobre o chão de verde manto, 
Que já coberto foi de neve fria, 
E em mim converte em choro o doce canto. 

E afora este mudar-se cada dia, 
Outra mudança faz de mor espanto, 
Que não se muda já como soía. 


Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" 


Filipe Chinita excepto uma mão de gente que ainda há pouco até me era desconhecida ninguém se importa! muito menos os que pela vida teriam fraterna obrigação disso. abraço víctor
1 h
Filipe Chinita vivemos na mais pura selvajaria do safe-se quem puder
1 h
Filipe Chinita à direita, já sabíamos, mas também á esquerda da vida, que não mais paramos de aprender. a ti, homem querido, camarada meu, teu agradeço e antes de mais a verticalidade em que és tu
1 h
Filipe Chinita esta canção é parte una da minha vida sempre.com que alvoroço mágico pela primeira vez lhe coloquei a agulha sobre


Sempre, Inc. funds loans secured by trust deeds and provides property management services.
SEMPRE.COM
1 h
Victor Barroso Nogueira Que significa e porquê esta hiperligação ? "Sempre, Inc." nao é uma canção.
58 min
Filipe Chinita cola-se Victor quando ligamos textos com pontos.como é o meu caso
r32 min
Filipe Chinita com auscultores então o som era mágico! aquele austerlitz... riscando o nosso coração vestido de utopias
31 min

Victor Barroso Nogueira Uma das minhas expressões é "Nunca digas nunca porque o sempre não existe" 


Para além disso nunca acreditei em promessas de nem em amores eternos porque o amor vive-se dia-a-dia, enquanto não se mudarem o tempo e as circunstâncias.

Abraço
27 minEditado

Victor Barroso Nogueira Qual é a canção ?
26 min

Victor Barroso Nogueira Uma das minhas expressões é "Nunca digas nunca porque o sempre não existe" 

Para além disso nunca acreditei em promessas de nem em amores eternos porque o amor vive-se dia-a-dia, enquanto não se mudarem o tempo e as circunstâncias.

Abraço
22 minEditado

Filipe Chinita mudam-se os tempos 
(mas não) se mudam 
as vontades

.
excepto 
uma mão de gente 
- que ainda há pouco até me era desconhecida -
ninguém se importa! 
.
muito menos 
os que pela (concreta.e teórica) vida 
teriam fraterna 
obrigação 
disso
mas vivemos 
na mais pura selvajaria 
do safe-se quem 
puder!
.
e depois ainda falam 
de contra o neoliberalismo.
quando todos os dias o praticam.em tudo!
.
à direita.já sabíamos.
mas (infelizmente) 
também à esquerda 
da vida...
que 
não mais espantados
paramos de (o) 
aprender
.
a ti.
homem querido
camarada meu
te agradeço 
antes de mais 
a verticalidade 
em que 
és. 
tu
.
mudam-se os tempos.mudam-se as vontades.
.
esta canção
este negro e desgrenhado lp 
é parte una da minha vida 
sempre! para sempre.
com que alvoroço 
mágico 
pela primeira vez 
lhe coloquei 
a agulha 
sobre.
com auscultadores 
então! 
o som era mágico! 
aquele austerlitz... 
riscando 
em sangue
e lágrimas
o nosso coração 
vestido de 
utopias
era 
pura magia sonora
de fazer a.levantar
qualquer home(m)
já morto
.
fj
a este momento
infernal da
vida
10 min
Filipe Chinita eles arranjam sempre forma de se colarem em propaganda... mas o que o queres há quem ame viver subserviente ao velho sistema.mesmo quando quando está ele já quebrado em mil estilhaços!
9 min


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Zeca Afonso - Vejam Bem - Cantares de Andarilho (1968)

Vejam bem 
que não há só gaivotas em terra 
quando um homem se põe a pensar 
quando um homem se põe a pensar 
Quem lá vem 
dorme à noite ao relento na areia 
dorme à noite ao relento no mar 
dorme à noite ao relento no mar 

E se houver 
uma praça de gente madura 
e uma estátua 
e uma estátua de de febre a arder 

Anda alguém 
pela noite de breu à procura 
e não há quem lhe queira valer 
e não há quem lhe queira valer 

Vejam bem 
daquele homem a fraca figura 
desbravando os caminhos do pão 
desbravando os caminhos do pão 

E se houver 
uma praça de gente madura 
ninguém vem levantá-lo do chão 
ninguém vem levantá-lo do chão 

Vejam bem 
que não há só gaivotas em terra 
quando um homem 
quando um homem se põe a pensar 

Quem lá vem 
dorme à noite ao relento na areia 
dorme à noite ao relento no mar 
dorme à noite ao relento no mar



Filipe Chinita obrigado victor