quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Memória - "um sorriso e duas lágrimas e nas lágrimas uma paleta infinda de emoções e sentimentos"

Victor Barroso Nogueira partilhou uma memória.
2 min
* Victor Nogueira
"um sorriso e duas lágrimas e nas lágrimas uma paleta infinda de emoções e sentimentos"
Aqui só vejo caracteres, não a tua mímica ou inflexões de voz; então para suprir a pobreza desta comunicação por esta via, usam-se emoticons. Entre a nudez e a sombra, entre a luz e o fogo, eis o poema na paleta e nas asas do anil. Um caleidoscópio - o fogo e a cor das palavras, azuis ou em labareda, o mar, a montanha encantada, o verde esmeralda, o castelo, a nau, o berbere, os flocos de núvens, o ígneo magma ...
Se o pensamento e a mensagem são a marca, a imagem é, na sua riqueza, tudo. Feliz é quem for a concretização do que se não define, o amor: caleidoscópio no murmúrio de mil candeias em sopro rendilhado com o silêncio das palavras: tão breve e tão exigente que todo o tempo do mundo é escasso para vivê-lo na plenitude do sol e do mar oceano (sg uma epístola de lúcifer à lúcferinha)
Quando quem escreve encanta e seduz, o que se lê não é talvez o que o escriba codificou em caracteres, despojadamente ou em filigrana, mas aquilo que o leitor-espectador lê, melhor ou pior, aquilo em que se projecta ou revê, por vezes narcisísticamente, tantas vezes num turbilhão de emoções e sensações que na realidade e na alvorada alvoreada se desfazem em sombras ou negro de fumo.
És tu que vestes e despes as minhas palavras, qualquer que seja a roupagem e o tecido com que as escreva; és tu que as amacias ou encrespas, as consideras ponte ou barreira. És tu que as enegreces ou coloras com os teus olhos, que são diferentes do meus e os teus lábios soletram de modo diverso dos dedos com que cinzelo na tela.
Não é um labirinto nem uma ilusão mas sim um vitral multifacetado, a tua pintura, um vidro como se cristal fora, contendo em si todo o universo: a memória dos cheiros, das cores, dos extremos, dos gritantes e radicais contrastes, do infinito, de tudo aquilo que não existe, nunca existiu, nesta terra nas praias da europa, onde a terra acaba e o universo e o futuro, para lá dela, começam !
Eu sou para ti um fruto do que imaginas ou sonhas e por isso não correspondo ao que de mim esperas, por isso acabamos (quase) sempre num deserto.
Mas, na tessitura das ondas, na concha da areia, no brilho da ventania, cabelos esvoaçantes com as cores do mar, com um beijo, dois, mil ... te envolvo em girândola de mil-sóis rendilhados.
Setúbal 2013.10.26
Foto Victor Nogueira - a praia do Guincho e o Cabo da Roca, entre Cascais e Sintra

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Maria João De Sousa Excelente, Victor Nogueira! O leitor visto pelos seus olhos... porque todos nós "criamos" uma imagem do leitor... obrigada! Estou a ouvir o Congresso em Livestream... deixo o link http://new.livestream.com/.../events/2498412/videos/33189812

Álvaro Cunhal - Congresso by J Champlon on…
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Deolinda Figueiredo Mesquita Muito Bonito..... Gostei. Obrigada.


Fatima Mourão lindoooo adoro o mar,bjs!


Maria Lisete Almeida Gostei muito! Bem haja. abraço.


Graca Maria Teixeira Pinto Sim, todo o tempo do mundo é escasso para vivê-lo.Mas não sendo eterno, caberá na eternidade do nosso sentir? E belo esse beijo envolto na tessitura das ondas...Bela foto tb.Bj, Victor Nogueira.


Luisa Neves Belo. Abraço. 


Maria Márcia Marques Como fazer um contradiório destas palavras multicolores, cinzeladas de fino metal, em ondas feitas sorrisos, quando se espreguiçam nas areias e com o vento esvoaçam e caem no regaço de quem as acolhe.....


Filomena Pita Soares Grande inspiração Victor! 


Manuela Miranda tão lindo este texto e este mar, ainda hoje fui até á Foz é mesmo bonito este presente no todo Amigo Obrigada beijinhos Boa noite 


Laura Rijo Gostei muito do texto. Obrigada, beijinho.


Yolanda Botelho muito bom e sentido,bjs amigos.


Maria Jorgete Teixeira gosto do mar, calmo ou encapelado, a rebentar na areia...

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)