quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A um amigo

LOL Não há homens nem mulheres todos iguais. Cada um é ele próprio e a sua circunstância. A vida e as pessoas não se reduzem a "fôrmas" pré-fabricadas bi-LOL

"E no entanto, por temperamento, vivência e "leitura", ele sabia que há homens e mulheres, com características comuns, é certo, mas que para além disso cada pessoa tem as suas características próprias, especificas, da sua cultura e classe social; para lá das "cómodas” categorias e definições redutoras ele procurava o que existe de próprio, de pessoal, fosse no Zacarias ou na Carlota, fosse na Maria ou no Manel, independentemente de se não empenhar em "convencer” as pessoas, o que por vezes em nada facilitava a sua relação com outrem


Falava com as gentes, é certo, mas não como apóstolo; buscava aquelas com as quais se identificava, afastava-se das que nada tinham em comum com ele naquilo que reputava essencial, aceitava e tolerava as outras."

(...) Tudo bem, continuaria ela a pensar, ninguém a mandara ser apressada, sem dar tempo ao tempo, embora depois os erros se possam a vir a pagar raro, face à brevidade da vida e à impaciência dos mortais. É natural que os "sonhos" não sejam os mesmos para todos, é "natural" que para algumas pessoas fique a nostalgia dos sonhos que se sonharam mas não viveram ou falharam. Afinal os sonhos nem sempre são pesadelos e por isso podem também ser a expressão dos anseios com vista à concretização, talvez por vezes dum modo errado e desajustado, dos desejos de uma vida diferente, melhor, mais cheia e saborosa.
. 
Como a que ela pensara encontrar nele e retribuir-lhe!"

(Victor Nogueira - sobre uma epístola de S. Sebastião aos gentios, em 4 de Outubro de 1989, a D.)
Texto subsequente de MJT


A um amigo
Pouco sei dos teus nevoeiros e angústias profundas, mas sinto que existem demónios à espreita dentro do céu dos teus olhos e que eles te assombram. 

Sei que te escondes por detrás de da tua fanfarronice infantil, do teu ar de D. Juan assanhado, das tuas “badaladas” conquistas e sorrio da tua ingenuidade quando finges acreditar que te acreditamos. 

É através das notas e das claves que te entendo, embiocado numa fragilidade que me comove, num ar de menino travesso que fez asneira e que chega, mãos atrás das costas, com aquele meio sorriso de quem sabe que o coração de uma mulher sempre perdoa.

Sei- te humano, atento e solidário, fingindo que o não és…

Faz-me bem a tua ironia, o tom acutilante com que pintas a revolta e te pões ao lado dos justos. Gosto da tua ousadia, do jeito endiabrado e irreverente, às vezes excessivo, com que nos provocas, sabendo que não resistimos ao teu toque, mesmo que ligeiro…

Navegas nas pautas do tempo, coração maltratado e inquieto, generosamente dando-te, aqui e ali, assobiando à vida….
MJT

foto retirada da net
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Comentários
Maria Jorgete Teixeira Amigo Victor Nogueira, a quem também já fiz um poema, este texto é a descrição um pouco "lírica" de UM amigo, e não é generalizado a todos os homens... Bjs
Gerir
4 ano(s)
Victor Barroso Nogueira Maria Jorgete Teixeira Bem sei que a maioria de quem comenta não lê os comentários. Mas eu leio, qt mais não seja de relance. E no relance verifiquei que sobretudo as comentaristas do teu texto projectam-se nele e levam o fato "à medida" para algum homem que conhecem ou conheceram. LOL Bjos 
Gerir
4 ano(s)
Maria Jorgete Teixeira Eu percebi, mas quem aqui chega e lê a tua introdução, não tendo lido os comentários, não o perceberá. E é natural que identifiquem um ou outro amigo, porque há sempre características comuns, algumas mais marcadamente masculinas, talvez... mas, como em tudo, haverá excepções...
Gerir
4 ano(s)
Victor Barroso Nogueira Maria Jorgete Teixeira Um dia escreverei outro texto sobre eros e afrodite, mais um, para além dos muitos que escrevi sobre as mulheres que na vida me encantaram, fossem ou não destemidas,

No beiral da minha porta
Veloz mal vieste a poisar
E debicando na horta
Tu partiste sem cuidar.

(Victor Nogueira)
Gerir
4 ano(s)Editado

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)