sábado, 20 de janeiro de 2018

Reforma, Revolução ou Acomodação ?

* Victor Nogueira


A verdade é que o individualismo pequeno-burguês - que à revolução prefere a contra-revolução - ou da inexistente "classe média" - almofada da luta de classes - vão minando e destruindo as moribundas e , descartadas "terceiras" vias €uro-comunista$, as primaveras Marcelistas, a ""súcial-democracia" e os partidos que por esse mundo fora se proclamam "revolucionários", deixando paulatinamente de sê-lo na cabeça e na praxis de cada vez mais militantes se acomodarem ao "Estado Social", ao Parlamentarismo, ao ae à Concertação Social.

Sirvam-se, meus senhores! A democracia é para comer!
A propósito de iniciativas sensacionalistas promovidas por organismos midiáticos que abomino, vi-me para aqui enfiada em reflexões que ultrapassam a questão do voto/não voto. Opiniões expressas nos comentários de vários publicações levaram-me mais longe. Na verdade, vivemos "tempos líquidos”, em que tudo se dilui no que “eu acho” ou no que “eu penso”, mesmo que tal contrarie as regras ou princípios em que assentam as minhas crenças ou opções ideológicas e partidárias.. Assim, alguns dizem: "Sou católico, mas não vou à missa nem me confesso, porque tenho o meu deus com quem converso pessoalmente", "Sou Humanista, mas contra a permanência de refugiados no meu país", “Sou marxista-leninista, mas tenho de me curvar ao mal-menor”, “Sou filiada a um Partido que combate o individualismo e o culto da personalidade, mas... mas... mas...". Ou seja, vivemos tempos em que o que foi determinado como regra pode ser digerido "à la carte", com cada um tomando para si o que lhe for mais conveniente ou do seu agrado e mandando o resto para as urtigas. Talvez eu pertença a uma casta em extinção em que se é ou não é, em que o acordado em conjunto é para cumprir e se não, sentemo-nos de novo, mudemos a regra e comecemos tudo de novo e demos novos nomes aos bois. Os "mas" fazem-me andar às curvas, os “mas” transformam-me em gelatina ambulante que se molda espontaneamente ao espaço que lhe reservarem, os “mas” não me protegem dos cantos de sereia de campos políticos ou de um campo midiático (extremamente arguto e poderoso) que nem sempre tenho capacidade de perceber. À la carte, meus senhores, só quando vou comer fora!

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)