- Victor Nogueira
 
- Há palavras e palavras, há emoções e sensações. Há a riqueza e a pobreza: a riqueza das tuas palavras e a pobreza das minhas palavras gastas. Seria uma eterna repetição dizer o quanto me encanta o que escreves, o quanto me encantam os sentimentos que nelas espelhas e reflectes
 - Não há palavras, apenas o frisson das sensações e o desassossego dos sentidos
 - vou lendo e saboreando e, navegando, gostando
 - no silêncio das palavras silabadas
 - escrever é, quase sempre, dar à luz, ao par(t)ir
 - as minhas palavas esgotam-se face à delicadeza das tuas partilhas
 - entre eros e afrodite, as palavras e o silêncio dos sonhos
 - um homem na cidade, só, com seu pensar ?
 - e um deus feito-homem, mesmo mal-amado, criou a mulher e com ela, renasceu
 - no fogo das tuas palavras, na aparente serenidade que esconde o turbilhão, as minhas empalidecem
 - em poucas palavras, quase sincopadas, um mundo
 - gostei de ler esta leve história
 - para lá do véu, para lá do mar-oceano, da estrela polar ao cruzeiro do sul, pela estrada de santiago
 - No côncavo das tuas mãos e no silêncio das palavras, o sabor na concha da sabedoria
 - comovem-me estes teus textos, reflexo e caleidoscópio teus, de ti,
 - Bela história para espantar os dias cinzentos e de tempestade, uivante, como o de hoje
 - Faltam-me as palavras com que lavras, ficam as sensações e as emoções
 - uma composição feérica mas delicada, cheia de alegria e movimento, como se fosse uma interpretação musical
 - suave e delicada imagem, como sempre
 - pois ... eu poderia escrever o ponto de vista do homem independente e não marialva, mas me abstenho de entrar em guerra de sexos
 - digo apenas que ... gostei, e neste sabem todas as palavras
 - Esta foto tem o sabor dos anos 50 do século passado, dos anúncios da Life, de Hobby e da Popular Mechanics que o meu pai em Luanda comprava
 - Um quadro suave para os dias agrestes que pretendem sejam os nossos, os da crescente maioria em labirinto.
 
1.
o sorriso
suave
e
leve
muito leve
enigma
2.
sorrio
no fio
do rio
e
canto
3.
pétala a pétala te vejo e desfolho
gota a gota te ouço e dedilho
letra a letra em ti me reflicto
onda a onda mergulho e me perco
e
é de pedra o sorriso
que embranquece
é de cinza o andar
que enfraquece
é de gelo a boca
que não aquece
é de sal e areia o olhar
que ensandece
4.
página a página te desfolhas
pétala a pétala te recrias
gota a gota d'alegrias
dia e noite em teu olhar
5.
Na concha do teu nome que alinhavo,
um rio de sons,
suave lucerna
bailando.
Paço de Arcos 2014.02.12
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)