Aljezur
Viemos a Aljezur fazer compras ao mercado. À tarde vamos
para a praia. (...) Estamos acampados no Parque de Campismo de Vale da Telha,
perto de Aljezur. (MENS - 1987.08.18)
O nome significa "aldeia das pontes". Ao longe
destaca‑se o seu castelo árabe, arruinado pelo terramoto de 1755, com uma bela
vista. Ruas íngremes pela encosta dum cerro. Como não podia deixar de ser, lá
encontramos mais uma Igreja da Misericórdia. Perto situam‑se as praias do Monte
Clérigo e de Arrifana (ao fundo da aldeia, na encosta íngreme) onde outrora
havia um forte de que restam umas paredes que pouco mais são do que
pedregulhos.
Do Algarve recordo a
desilusão das suas praias com águas frias, gélidas e ventosas. E também a
confusão do trânsito automóvel e o amontoado dos veraneantes. Em Lagos
o inglês parece ser a língua oficial. De Lagos, onde se terá feito a 1ª venda
de escravos, retenho a imagem das ruas, o Castelo onde nunca entrei, e a
estátua insolitamente agradável de D. Sebastião, qual "motard",
da autoria de João Cutileiro.
Por uma estrada
atravancada de carros, espinha dorsal transversal do Algarve, fomos até Faro.
Pelo caminho, lá em baixo, Portimão à beira do curso de
água, com os seus restaurantes característicos de sardinhadas. A cidade situa‑se
na foz da Ribeira do Arade. Do cimo da ponte, lá em baixo, os restaurantes com
a fumarada da sardinha assada e o reflexo das traineiras nas águas que balouçam
suavemente. Foi importante centro ligado à indústria conserveira, como Peniche,
Setúbal e Matosinhos, hoje em decadência
Pelo caminho o castelo
mourisco de Silves, que não visitei. Decorria na altura a
Festa Anual da Cerveja. Finalmente Faro, uma cidade
equilibrada, que me fez lembrar a Beja antiga, com uma ilha defronte, na ria, a
qual se alcança através dum istmo. A ilha é uma comprida língua de areia,
pesada de restaurantes e casas despretensiosas. Na cidade existe uma capela dos
Ossos na Igreja do Carmo, que não tive ocasião de visitar. Esta foi uma
povoação com intensa vida cultural durante a presença dos árabes na Península
Ibérica.
De Lagos para Ocidente o trânsito é menor, com pequenas praias ao longo da
costa, até ao Cabo de S. Vicente, após Vila do Bispo. Sagres é
um promontório escalvado, ventoso, desértico, com muralhas e o que me parece
ser um enorme relógio de sol no solo, com pequenos areais abrigados em pequenas
enseadas.
Vila do Bispo tem um ar simpático, onde destacando‑se
a igreja de uma alvura cintilante, com pequenas casas em redor, perto do
promontório de Sagres.
Para Norte, atravessando a sinuosa Serra do Espinhaço de Cão,
encontramos Aljezur, em árabe significando Aldeia das Pontes, já referida, pequena
vila "conservada" na sombra do seu castelo, povoação
ainda com dimensão humana, no meio duma mata que na altura não passava de
troncos esquálidos e carbonizados em consequência de sucessivos incêndios. O
marulhar das ondas é um ruído constante e monótono audível no Parque de
Campismo, a cerca de dois quilómetros. Na praia do Monte Clérigo, extenso areal
balizado a a sul pela mole rochosa, casas de veraneio, despretensiosas, onde
sobressai uma mais "rica". Para Norte, um pequeno e calmo
riacho desagua na arenosa e solitária praia da Amoreira, a qual se alcança
atravessando a vau apenas na maré baixa.
Ainda mais para Norte, a caminho de Vila Nova de Mil Fontes, o alcantilado Cabo
Sardão, os esgotos desaguando no areal, a praia alcançada por estreito
carreiro iniciado cá em cima junto ao característico incaracterístico barraco
de comes e bebes. (Memórias de Viagem, 1997.08.21)
Aljezuu - depois do incêndio (1987)
2000.04.21
(Portimão)
À saída de Portimão a caminho de Monchique, fotografia a pombal. De
Portimão até Monchique a estrada corre por entre pequenas elevações cobertas
por arvoredo, tudo verdejante. Aqui e além, muito raramente, um pequeno grupo
de casas. Cruzamo-nos com um grupo de turistas com tendas e alforges. Atrás do
selim. (?) Acabaram os burros que transportavam as pessoas, as mercadorias e as
bagagens e em substituição ficam as bicicletas. Não se dá cabo da saúde dos
burros e as pessoas ganham-na pedalando. À beira da estrada, aqui e além,
vende-se artesanato do Alentejo e laranjas vistosamente floridas. A 2 km de
Monchique a subida torna‑se mais acentuada e curvilínea.
Caldas de Monchique
Perto desta povoação os cabeços estão cobertos de nevoeiro; à entrada, um
enorme edifício da Nova Pensão.
Serra de Monchique
Das Caldas a Monchique a vegetação torna-se mais verdejante , nada que se
pareça com a relativa desolação ou ascetismo da serra algarvia.
Monchique
Em Monchique as pessoas são simpáticas. Farmácia de serviço fecha, convento
que se não encontra e foto com africano.
(Fóia - não fomos)
Marmelete
Boleia a homem da terra. Fotos a igreja, e a poste de fio (?)
Serra do Espinhaço de Cão
De Marmelete a Aljezur existem muitos eucaliptos e o cheiro penetra nos
pulmões. Perto daquela povoação há muitos cabeços e vales, com vewrde vegetação
rasteira. Não se vê uma única casa, que começam a aparecer,
isoladas, perto de Aljezur.
Aljezur
Fotos: de longe ao castelo, a charminé, ao Castelo, ao cão e vista geral.
Museus de Arte Sacra e Francisco Pardal. A povoação está separada pela Estrada
Nacional, à beira mar a parte antiga, para leste a nova.
Na foto - cães à soalheira, em Aljezu (2000)
Na foto - cães à soalheira, em Aljezu (2000)
Lagos
Daqui do Parque
de Campismo de Valverde, no Algarve, um aceno de amizade. (...) Tal como
esperava, o Algarve nada tem de especial. Já fomos a Faro e a Vila do Bispo, e
as xe "Algarve: praias do"§praias são frias.xe "praias:
Algarve"§ (MCG - 1986.08.20)
Parece‑me que o Algarve
se assemelha ao sul do Alentejo (o Manuel [Salazar]) diz
que é a Trás‑os‑Montes), quer nos campos, quer no estilo de algumas ruas e
casas. Mas, por enquanto, Vila Nova de Mil Fontes ainda vai à frente nas minhas
preferências. (MCG - 1986.08.21)
O rádio aqui em Lagos transmite música rock. Esta Praia
[da Luz] fica a 2 km do Parque de Campismo e tem muitas vivendas bonitas, a
maioria das quais só estão habitadas no Verão. A água é fria como
a da Figueirinha [em Setúbal] e não tem ondas nem sabe a sal como a de Vila
Nova de Milfontes. O Parque de Campismo é muito grande e é divertido ir‑se
lavar a loiça ou a roupa nas instalações colectivas, embora as pessoas não
falem umas com as outras. O Parque tem um supermercado, cabeleireiro,
restaurante, "boite", piscina, parque infantil (com um carro de
bombeiros) e, imaginem, uma geladaria com sorvetes de 3 qualidades!!! (SRN -
1986.08.21)
A povoação é atravessada pela pequena ribeira de Bensafrim, de ressonância
árabe. Praias da Luz e do Burgau - arenosas, enseada de areia rodeada de
elevações mais ou menos alcantiladas. (Memórias de Viagem, 1997)
2000.04.17
Mexilhoeira Grande
s manuelinas, casas(Odiáxere)
Budens, Raposeira, Vila do Bispo, Sagres, Raposeira, Guadalupe, Burgau
Lagos
Em Portimão e Sagres as pessoas têm sido normalmente afáveis e simpáticas.
Ao pé de Portimão uma ponte parecida com a de Vasco da Gama, no rio Tejo. O rio Arade está seco e cheira mal. Muito trânsito. Atravessamos Alcantarilha com a Igreja lá no cimo, meia tapada por um enorme edifício antigo cor de rosa escuro. Passamos pela Zoomania (ou Zoomarina?)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)