domingo, 2 de setembro de 2018

Memórias do ensino

Uma vez no Liceu Salvador Correia em Luanda os alunos fizeram uma exposição com as várias técnicas de cabulanço nos exames, algumas muito engenhosas. Mas isso era na pré-história do "cabulanço", na era do papel e outros suportes similares.
No tempo em que fui professor de História, ao corrigir um teste, as respostas do aluno pareceram-me "familiares". E confirmei que tinham sido tiradas a "papel químico".
Na aula de entrega e correcção interpelei o aluno para que me explicasse como conseguira copiar todas as repostas sem eu dar por isso. Disseram-me os colegas dele que ele não copiara, mas que decorava tudo. Disse-lhe 
então que lhe não anularia o teste se me respondesse ás perguntas. Já passara uma semana mas ele, com algumas falhas, epetiu-me oralmente as respostas que dera.

Também no ISESE e em certas cadeiras e cursos tínhamos colegas que decoravam (encornavam) as sebentas e tinham elevadas classificações, mas quando eram os trabalhos práticos andavam ao tio ao tio para se encostarem a alguns de nós ou integrarem os nossos grupos de trabalho porque se assim não fosse não seriam capazes de fazer duas linhas seguidas.

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)