Regresso pois à praia do Mindelo, à Ponta da Gafa com a sua enseada rodeada de rochedos, agora semi-encobertos pelo fluxo das marés, depois de passar pela tabacaria onde vendem o Avante, ao lado do edifício abandonado que foi o antigo posto da Guarda Fiscal, do tempo já longínquo em que os mindelenses, conforme as estações do ano, se dividiam complementarmente entre a agricultura e a pesca, com os sargaços postos a secar no areal, para depois servirem de adubo natural dos solos.
Actualmente a praia é dos banhistas, já não é permitido secar os sargaços no areal, não há barcos, neste varados, a pesca desapareceu. Persiste apenas mais a sul, em Vila Chã. As fotos inseridas neste texto registam a secagem do sargaço e sua recolha, remontando a dezembro de 1983.
A tarde está soalheira e na beira-mar não corre agreste nortada mas sim uma suave brisa; o mar está relativamente calmo, com ondas rendilhadas encrespando-se ligeiramente ao aproximarem-se da costa ou pouco antes de serem um lençol de filigrana morrendo no areal. Este esta praticamente deserto; sentados na praia, além um casal, na outra direcção um solitário personagem. Pela praia deambulam um homem com um cão pela trela e um outro casal, este já relativamente idoso, que se cruzam comigo. Ela sorri-me ao aperceber-se que estou a fotografar, aguardando que passem e saiam do meu campo de visão.
Para norte vislumbra-se Vila do Conde e, mais para lá, a Póvoa de Varzim. Na praia, com sargaços aqui e além, as gaivotas, os cães e as pessoas, calçadas ou descalças, deixaram na areia o molde das pegadas. Lá em cima, na meia-laranja, no Largo D. Pedro IV, sentadas no murete, grupos de pessoas conversam ou contemplam o mar.
Para norte vislumbra-se Vila do Conde e, mais para lá, a Póvoa de Varzim. Na praia, com sargaços aqui e além, as gaivotas, os cães e as pessoas, calçadas ou descalças, deixaram na areia o molde das pegadas. Lá em cima, na meia-laranja, no Largo D. Pedro IV, sentadas no murete, grupos de pessoas conversam ou contemplam o mar.
Perscruto o horizonte, o mar-oceano, mas dele, no rendilhado das ondas, não surde qualquer ninfa ou sereia. Retorno ao Fiesta e apercebo-me que a dona do quiosque regressa a este, depois de mais uma sessão fotográfica, para a galeria de fotos de sua autoria que tem para venda e lá expõe, no interior ou na montra. Disse-me um dia destes que já participou em três exposições
fotos e vídeos em 2019.10.11
fotos em 2019.10.04
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)