* Victor Nogueira
No seu texto evocativo da Livraria Lello, em Luanda (1), o meu amigo e conterrâneo Fernando Pereira fala no Cunha, alfarrabista, e só assim fiquei a saber o seu nome completo e o nome da Livraria: «“Livraria Popular” de José Marques da Cunha»
Sobre o Cunha alfarrabista em Luanda tenho duas pequenas memórias escritas naquele tempo, que podem encontrar em "Retratos (2) - O Cunha, alfarrabista em Luanda"
Fotos desta altura em Galeria :: Luanda de Outros Tempos - Preto e Branco :: 44
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Foto do post em memorias3
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Ao fundo à esquerda ficava a Cervejaria Polo Norte, na esquina, e à direita a loja dos Frimatic. No meio, no prédio mais baixo, ficava a loja do Cunha; à direita, a Igreja de N, Sra dos Remédios (Sé de Luanda), onde oficiava o Cónego Manuel das Neves, de que falei noutros posts, preso pela PIDE a seguir aos ataques do MPLA de 4 de fevereiro de 1961.
Publicada por Victor Nogueira à(s) sábado, outubro 13, 2007
(1) Fernando Pereira, "FECHOU A LELLO",
Sobre o Cunha escreve Fernando Pereira: «É da mais elementar justiça falar da “Livraria Popular” de José Marques da Cunha, numa loja pequenina na ex-“Av. dos Restauradores de Angola”, e que foi durante muito tempo o único alfarrabista de Angola. No meio de um amontoado de livros saia sempre qualquer coisa que o Senhor Cunha convencia o meu pai a comprar, por “dez reis de mel coado” , como diria o mestre Aquilino Ribeiro. O Senhor Cunha desapareceu e a sua livraria fechou há muitas décadas, mas cada vez que por ali passo olho para aquele lugar com a saudade de” um homem muito bom, mas que tinha tido pouca sorte na vida”, como ouvia dizer em Luanda nos meus tempos de descuidada meninice.»
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)