segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

No porto de Luanda, em 1959

* Victor Nogueira



Foto  MENS  - No porto de Luanda, em 1959 07 15, quando o Zé e a nossa mãe vieram a Portugal,  na licença graciosa desta, estava o "mais velho" a passar as Férias Grandes em Pointe Noire.  Viajaram no paquete "Uíge".

Desde que durante 4 anos não gozassem férias na Colónia, no caso Angola, os funcionários públicos tinham direito a uma licença graciosa de 6 meses, na "Metrópole", com viagem de ida e volta por conta do Estado. licença que poderia ser prorrogada por mais 6 meses mediante parecer favorável da Junta Médica no Hospital do Ultramar. em Lisboa,  (actual Hospital Egas Moniz).
Assim, durante cerca de 1 ano, eu o o meu pai ficámos em Luanda por nossa conta, havendo uma carta minha à minha mãe em que reclamava o seu regresso, alegando que de cozinha o meu pai só sabia abrir latas de conservas, sentindo eu a falta dos seus cozinhados. 

Claro que o empregado sabia cozinhar o trivial (a minha mãe tinha o cuidado de ensiná-los quando entravam a serviço) e normalmente tomávamos as refeições no Hotel Paris, que também fornecia refeições para fora, que o empregado ia buscar num "terno".

No espólio da minha mãe há um interessante caderno manuscrito  que a minha mãe deixara para o meu pai, com as recomendações para governo da casa e uma série de receitas simples  de culinária, caderno muito interessante do ponto de vista sociológico.

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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)