Segunda-feira lá fui dar a volta pelo rio Tejo, até perto de Vila
Franca de Xira. Aquela visão da cidade é interessante. Almoçámos no meio do
rio. Fiquei bastante queimado. Aprendi umas coisas de marinharia. Comemos
bacalhau com batatas. Estava saborosíssimo. E quente, na cabine. Por causa do
calor provocado pela temperatura atmosférica e do motor. O cais dos petroleiros
e as refinarias, com as suas torres chamejantes, pareciam uma cidade
monstruosa, de aço. As fragatas são elegantes, com o seu mastro oblíquo. E
aqueles hidros completamente desmantelados? É um crime deixarem assim apodrecer
aqueles aviões. Deixarem, não, terem deixado (ELCF MLCF 1968.08.24) ([1])([2] [3])
[1]
- O convite foi dum faroleiro amigo e da minha tia avó Esperança, o João Meles.
Uma programada ida à Torre do Bugio nunca chegou a concretizar-se. Nesse tempo
já eu sabia que o João era comunista.
[2]
- O Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo
foi, durante a Segunda Guerra Mundial,
uma das principais portas de entrada e de rota de fuga para as linhas aéreas
intercontinentais. Inaugurado em 1939, foi desactivado no final dos anos’50 do
século passado.
[3] - Não havia pratos apenas um recipiente donde com a sua colher cada um se ia servindo. Essa foi a pior parte para mim, mas lá fiz das tripas coração. Ao contrário doutra vez em que nos Santos Populares fomos até Alfama (do grupo, em 1968, faziam parte as minhas tias Esperança e Lili, a minha mãe, o meu irmão, a Armanda Meles e o Brás Gonçalves) onde passei uma fome de cão, enquanto o maralhal se divertia e me gozava, comendo sem pruridos nem esquisitices: as mesas de madeira não tinham toalhas, entre cada freguês eram limpas apenas com água e um pano cada vez mais sujos, os talheres e os pratos, lavados numa barrica de água que nunca deve ter sido mudada, vinham com gordura e restos de sardinhas agarrados. Claro que no barco o problema para mim não era a falta de asseio mas comer tudo da mesma malga. Mas como registei na altura, fome não passei e o almoço estava muito saboroso.
[3] - Não havia pratos apenas um recipiente donde com a sua colher cada um se ia servindo. Essa foi a pior parte para mim, mas lá fiz das tripas coração. Ao contrário doutra vez em que nos Santos Populares fomos até Alfama (do grupo, em 1968, faziam parte as minhas tias Esperança e Lili, a minha mãe, o meu irmão, a Armanda Meles e o Brás Gonçalves) onde passei uma fome de cão, enquanto o maralhal se divertia e me gozava, comendo sem pruridos nem esquisitices: as mesas de madeira não tinham toalhas, entre cada freguês eram limpas apenas com água e um pano cada vez mais sujos, os talheres e os pratos, lavados numa barrica de água que nunca deve ter sido mudada, vinham com gordura e restos de sardinhas agarrados. Claro que no barco o problema para mim não era a falta de asseio mas comer tudo da mesma malga. Mas como registei na altura, fome não passei e o almoço estava muito saboroso.
Farol do Bugio - foto de Jorge Bandarra in
http://olhares.sapo.pt/farol_do_bugio_foto1033625.html
o farol do bugio espera por ti, à entrada da barra
Victor Nogueira - Há tanto mar em mim que não entendes LOL
BH - Não faças ondas... LOL
Victor Nogueira -estou sereno como águas paradas
BH - O quanto não dou por uma tempestade no mar,vista e sentida do interior protector de um Farol.
Victor Nogueira -o farol do bugio espera por ti, à entrada da barra :-P
Victor Nogueira -No tempo da outra senhora tinha em Paço de Arcos um amigo faroleiro, o João Meles que eu sabia ser comunista. Uma vez fui com ele e outros faroleiros rio acima até Vila Franca, de barco para verificarem o estado das bóias sinalizadoras. Foi uma viagem inesquecível e ainda havia o aeroporto marítimo de Cabo Ruivo, para os hidroaviões.
Ele propusera.me numa outra vez ir com eles até ao Farol do Bugio, mas nunca se proporcionou
Desembarque no Aeroporto Maritimo de Cabo Ruivo in
http://lisboadeantigamente.blogspot.pt/2015/09/aeroporto-maritimo-de-cabo-ruivo.html
foto jj castro ferreira
Armanda Gonçalves Fiquei comovida com a tua narrativa beijo grande💓
ResponderEliminarVN - No texto faço referência a uma ida a Alfama, mas não me lembro de todos os que foram. Terás ido também connosco? E a tia Esperança? :-)
Armanda Gonçalves Sim a madrinha foi eu é o Brás lembro-me bem saudades destes tempos beijinhos
VN - Tenho de vos incluir no texto