segunda-feira, 5 de outubro de 2020

entre eros e afrodite 10 - (os cadernos do vendaval)

 12 de outubro de 2013 às 21:15


* Victor Nogueira

 

Ao de leve, muito ao de leve 

 

a moça chegou

o moço cantou

a zorra beijou

e eros pousou

o amor floriu

o sino tocou

o bom som vibrou

o bailar sorriu

o mar afagou

o verso rimou

o jardim abriu

o tempo passou

o vento soprou

chuva desabou

esta flor murchou

o fosso abriu

tudo arrasou

o roble partiu

o sonho voou

o nada ficou

o poço secou

a brisa chorou

o verbo calou

o sol afogou

o mar levou

o ar parou

só, ele ficou,

a concha fechou

e desanimou

Sem ela morreu !

Rima que não rema !.

 

 

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 Olho para a tua fotografia 

 

Olho para a tua fotografia

que sorri

mas não rio

frio que estou

sem ti!

O rio passou

o ar secou

o mar morreu

o sol ardeu

Só, eu fiquei !

 

2011.11.05

.

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As fotos são mui belas  

‎2008/8/19

 

As fotos são mui belas. Devíamos ter destruído todo o passado que nelas está representado? Adorei as fotos mas o passado é memória de erros que devemos evitar no futuro e testemunho de alegrias que tivemos. De qualquer modo, mesmo no desacordo que entre nós surge muitas vezes, gracias pelas belíssimas fotos do pps, que compartilho com algumas das pessoas que estimo ou amo, apesar da sua ausência. ( Victor Nogueira para Hannah)

 

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Sorri

 

Na brisa do teu olhar

navegando

vivi

com as tuas palavras

sonhando

Corri

dos teus lábios

o calor bebendo

Voei

em teus braços e colo (re)pousando

Na serenidade do entardecer

em ti................renasci

e

sem ti

.........................morri !

 

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Eros voou 

 

Eros voou

Afrodite ficou

o Amor (re)nasceu

 

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Gira sóis na floreira

 

Adoro gira sóis. No antigamente apanháva-los na berma da estrada para o Alentejo qd trabalhava aqui na Península de Setúbal e morávamos em Évora. Agora, tenho apenas artificiais que parecem naturais na sala.

 

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Ping Pong 

 

 

É já noite e não saí nem nada fiz do que deveria ter feito, salvo ler ou dormir. Vi há muito um filme cujo actor principal é o Anthony Hopkins mas esqueci o nome da actriz principal e da película. Em síntese, uma professora no Reino Unido encomendava livros a um alfarrabista nos EUA e o tempo e as cartas foram consolidando uma amizade entre duas pessoas que nunca se haviam encontrado na vida real. Até que um dia e muitos anos volvidos a professora foi aos EUA para conhecer aquele que se tornara um grande amigo, mas em vez da  loja, encontrou um lugar abandonado. Foi em busca da família dele e por ela descobriu que ele morrera e que esta sabia da amizade entre ambos, Tive também aqui uma amiga no mIRC, a manariana, com quem falava e que me retorquiu que eu saberia se ela tinha morrido porque uma amiga dela mo diria. Não era feliz com o homem com quem vivia, mas achava que ele era um "homem bom" e não queria magoá-lo. Um dia escreveu-me,  agradecendo os meus e-mail "colectivos", a minha gentileza, lamentando que não pudéssemos ter sido felizes. Muito esporadicamente envia-me um mail, que me vai seguindo e sabendo de mim pelos meus blogs.

 

Sempre pensei ter uma grande família de que eu fosse uma espécie de patriarca, mas tal não sucedeu. (...)

 

Por esse Portugal fora encontro pessoas que se me dirigem com simpatia, que me conhecem dos plenários sindicais e dizem fazer questão de me cumprimentarem. (...) Tenho horror ao vazio, ao nada fazer. Não sou contemplativo nem conformista   e faço muitos trabalhos simultaneamente; (...)  No meu coração cabem todas as amizades, o passado e o futuro: (...) Nada nem ninguém esqueço, nem mágoas  nem alegrias,  e por vezes desejaria que assim não fosse, porque se torna cansativo não ser leve nem saltitante como as borboletas, pois com  o passar dos anos o peso torna-se por vezes cansativo - o peso das alegrias e felicidades que perdi, o peso/novelo daquelas que não alcancei (...)

 

Gosto muito da pessoa que está por detrás do que escreves

 

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Fartos

 

Fartos

um dia morreremos

de fome ou solidão

ou não

Um dia partiremos

no esquecimento

com sofrimento

ou não

Um dia ficaremos

pálida esmaecida memória

no papel ou na paleta

com ou sem treta

na História ou em historieta

um nome ou nada !

.

 

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O poema é ...

 

um arado

um campo por lavrar

uma rede

em tuas mãos (re)colhi

e

os signos

carreirinha de metáforas

de vento

brisa

ou

suão

........sereno

........ou

........furacão

com sabor/saber

a sol

a maresia

anémona

à beira-mar vo(g)ando

na orla das ondas (re)nascendo

sem parar

.

 

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Tacteando

 

Tacteando

vou tentando

escrever o "Poema"

soneto ou madrigal

rimando ou em branco nascendo

de palavras

sem alíneas nem parágrafos

de metáforas

rítmicas

como o nosso coração

ou não

Procuro o sabor

e

o calor

que lhe darás

em ti pensando

por ti vivendo

contigo renascendo

.

 

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A minha mão presa

 

A minha mão presa ou liberta

na tua pele macia

e

eu sorria

.

em ti (re)nascia

outro sabor

outro calor

com amizade rimando

a felicidade

os mares lavrando

o sol e o sal colorindo

em ti ficando

uma ave serena

da paleta refulgindo

.

 

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Sorri

 

Sorri

na brisa do teu olhar

navegando

vivi

com as tuas palavras

sonhando

Corri

dos teus lábios

o calor bebendo

Voei

em teus braços e colo (re)pousando

Na serenidade do entardecer

em ti................renasci

e

sem ti

.........................morri !

.

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O Poeta é um fingidor

 

 

O Poeta é um fingidor - Mas o que para mim resta da nossa relação são apenas pó e cinzas. Acredito que talvez possam renascer o encanto, a sedução, a magia, a empatia. Porque continuo a querer-te como amiga que me deu felicidade, alegria, vida e paz. Perante ti despi-me de todas as máscaras e armaduras que a vida me fez erguer para me proteger. Perante ti fui eu mesmo e não me reconheceste ! (Victor Nogueira)

 

Não sei se regressarás hoje e se o teu silêncio e ausência continuarão, O sol ainda não rompeu a neblina mas o dia está a ficar luminoso e brilhante, ameaçando ser de muito calor.

 

Afinal o dia esteve soalheiro. De repente penso em nós e a magia desapareceu. Se a farás ressuscitar ou não, não sei ! Podes escrever-me ou falar à vontade, se assim o quiseres. Mas se sempre formos viajar, tens de aprender a dar injecções, que desde ontem que me começou a doer uma vértebra lombar e tive de pedir a uma amiga minha enfermeira que me viesse dar a 1ª de 3 injecções de voltaren, pois se não mal posso andar e conduzir nem pensar LOL Ai, que não me posso rir !

 

Deixo-te um pedaço dum livro de Saint-Éxupery. O Principezinho como obra literária parece-me fraquinho, mas tem pedaços duma enorme beleza humana e poética, como este  .  http://aoescorrerdapena.blogspot.com/2007/07/o-principezinho-captulo-xxi-e-foi-ento.html

 

"O silêncio é de ouro e tem a dimensão do universo, a palavra é de prata, a solidariedade de platina e a amizade uma esmeralda diamantífera ! O gesto e a palavra certos não têm equivalente !"

 

Fiquei contente ao ver-te e eu era como a brisa ao sabor do teu olhar. Mas tu partiste repentinamente e uma noite plúmbea e um véu de silêncio desceram novamente sobre mim, cobrindo--me não de poalha dourada mas dum pó cinzento que esfarela a vida e os ossos. Tantas perguntas sem resposta ! Sobre ti,  sobre nós, sobre a vida que fazes renascer em mim ! Que sou eu de facto para ti ? De Montalegre partirás para Coimbra, de Coimbra para Veneza, de Veneza para outro local qualquer !

 

Tenho saudades tuas, mas para ti sou aoenas uma pessoa enquanto que para mim tu és a Pessoa. Eu sou "um" e tu és "A". Estou cheio de sono mas tenho de ir para Lisboa (Paço de Arcos) - não me apetece mesmo nada conduzir Apetecia-me ir para muito longe, sem me preocupar nem com os pais nem com os filhos. Toda a vida tentei ser livre e agora estou enleado numa teia de compromissos e preocupações familiares. 

 

 

o    DISTRACÇÃO

 

Procuro-te

levando-me-te

como quem nas mãos leva

um sopro de fragilidade

que tu

em gesto ou palavra dispersas.

Caindo na seriedade

o sorriso

apagado..

Setúbal . 1989.Setembro 

 

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Está uma manhã de sol, linda, brilhante, cálida. Enviei-te uma foto ao nascer do sol mas a memória do telemóvel está cheia. Beijos com sabor a sal, sol e maresia !

 

escrito  hoje: "Eu quero tudo (entenda-se, no ser e não no ter) ou um pouco mais se puder ser. Pk apesar de tudo, das mágoas, das desilusões, no fundo de mim amo a liberdade, minha e de outrem, e acredito que o sonho comanda a vida, apesar dos pesadelos que frequentemente a ensombram e a enegrecem."

 

Nem sequer sabia que existias qd publiquei este vídeo e no entanto, ao revê-lo hoje, parece uma previsão deste nosso fim de semana: a beira-mar, a praia, a ternura e carinho entre nós, o pôr do sol, a mocinha dos cabelos da cor do trigo em flor, o bailar de alegria ... Gosto tanto de ti que me petece chorar, não sei bem porquê e os meus olhos ficam orvalhados de lágrimas brilhantes, cintilantes ... Será isto um esboço imperfeito, prestes a nascer, dum poema para ti, ao fim de tantos anos de silêncio ?!

 

Chorar pode ser de alegria, de tristeza de raiva, de emoção ...  E chorar pode ser tb um modo de lavar as tristezas, as angústias ...   de abrir caminho ao renascer da vida, da felicidade, da paz ... da alegria da ternura e de manifestá-la sem receio.

 

Não quero prender alguém. Não quero ser prisioneiro de quem quer que seja, Quero que me não cortem as asas e quero que outrem tenha tb asas para voar, mesmo que o seu voo para longe de mim seja um punhal cravado no meu peito. Mas o amoramizade é uma planta frágil e delicada !

 

eu qd estou triste gostava de estar contigo, com as pessoas que amo. E são tão pouca !  coleciono memórias. procucro estar com as poucas pessoas que me acalmam

 

não sabemos ainda as palavras certas para falarmos um com o outro. Para que haja pontes mas não punhais


eu tb nunca consegui aprender. Nem nadar nem dançar. Toda a família é dançarina e eu um homem da beira-mar.

 

As minhas danças são virtuais. Ah! também gostaria de esculpir e de compor música, mas nunca me abalancei. Fico pela fotografia e pela escrita de alíneas e parágrafos inequívocos, matemáticos, de encadeamento lógico, de jurista, ou pela escrita poética

 

O que me arrepia é a frialdade das praias portuguesas. Só gosto de V N de Milfontes e do Algarve de Tavira para leste. Habituado às de Luanda ... Mas aqui mergulho depois duma preparação psicológica: "Victor, ou és um homem ou és um bicho" e pimba, lá mergulho no gelo

 

Eu sinto apenas a voz que ouço, a mão na pele, o olhar que vejo, as palavras concretizadas em actos no quotidiano. Não levo as minhas doenças a sério. Rio-me delas. Fui eu que noutra vez consolei o médico quando me descobriu uma grave anemia e me perguntou admirado como é que eu ainda estava vivo. Pensei para comigo mas não lho disse "eu estou à morte, eu tenho um cancro", mas ele contrariamente ao habitual, não correspondeu ao meu humor e às minhas piadas. Só qd teve a certeza após vários exames, todos negativos, largos dias depois, é que me disse que sim, que fora o que pensara. Anos depos, qd  tive mesmo um carcinoma descoberto no último instante, a minha filha dizia-me "Pai, eu ando aqui toda stressada e tu levas tudo na brincadeira e numa boa." Ao que lhe respondi, como habitualmente,  que à morte ninguém escapa e não vale a pena pensar nisso !



Fotos Victor Nogueira

vendaval


 vem de entre eros e afrodite 09 - (novas cartas de soror maria madalena)

https://www.facebook.com/notes/victor-nogueira/entre-eros-e-afrodite-09-novas-cartas-de-soror-maria-madalena/10151669515519436

 

continua em  cartas de soror maria madalena

https://www.facebook.com/notes/victor-nogueira/cartas-de-soror-maria-madalena/10151849834674436

 

e em entre eros e afrodite 11 - (toadas sem eira nem beira - fragmentos)

https://www.facebook.com/notes/victor-nogueira/entre-eros-e-afrodite-11-toadas-sem-eira-nem-beira-fragmentos/10151906983624436



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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)