foto victor nogueira - os diospiros que do quintal dele me ofereceu o vizinho Alcino. Ainda não provei,
Algumas pessoas amigas dizem-me que adoram e uma recomendou-me que os comesse apenas quando bem maduros, o que é o caso de dois deles. A minha tia Lili diz que não gosta. Depois darei a minha opinião. A foto foi tirada com o velho Nokia.
A tarde continua pluvinhenta, cinzentonha e gélda. De vez em quando uma desgarrada ave atravessa os ares e não ouço os aviões. Falai no mau ... e lá ouço um muito longínquo, o som abafado.
Amanhã, se o domingo estiver soalheiro, irei deambular pelo Porto. Talvez compre castanhas para cozinhar..
"Quentes e boas" era o pregão, dos triciclos às esquinas no Porto, em Setúbal ou em Lisboa, com os fogareiros de brasas, o fumo enovelando-se, a mercadoria entregue em cones de papel de jornal.
Como eu gosto delas, cozidas ou assadas e quentinhas Hoje as castanhas assadas vendidas pelas ruas são caríssimas e muitas delas estragadas.
O Homem das Castanhas
Na Praça da Figueira,
ou no Jardim da Estrela,
num fogareiro aceso é que ele arde.
Ao canto do Outono,à esquina do Inverno,
o homem das castanhas é eterno.
Não tem eira nem beira, nem guarida,
e apregoa como um desafio.
É um cartucho pardo a sua vida,
e, se não mata a fome, mata o frio.
Um carro que se empurra,
um chapéu esburacado,
no peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
o homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
e à noite vai dormir com a tristeza.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.
A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais amor p'ra casa.
Letra: Ary dos Santos
Canta: Carlos do Carmo
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sobre a reutilização de manuais escolares contra a corrente do "use e deite fora"
Percebe-se que a Porto Editora e a Leya defendam a sua galinha dos ovos de ouro que são os manuais escolares. È comovente a sua preocupação pelo eventual encerramento de 1 600 livrarias locais e independentes, “um sector de actividade fulcral para a economia do conhecimento”. Os dois gigantes preocupados com a "economia do conhecimento" (sic) e com a "sobrevivência" de 1 600 livrarias "independentes" ? Há quem seja ingénuo para neles acreditar ? Acreditar em oligopolistas que fazem do ensino e da educação negócio ? Oligopolistas que guilhotinam livros e literatura em armazém em vez de "oferecê-los" à comunidade ?
Mas as questões que eu levanto são outras. Uma coisa é a partilha de livros, seja pessoal, seja pelo acesso a bibliotecas públicas ou escolares. Ou, vá lá, disponibilizando e-books. Outra é a descartabilidade. Um livro, seja ou não de estudo, é de uso pessoal, faz parte ou poderá fazer parte duma biblioteca pessoal, Um livro é ou poderá ser algo que se estime ou venha a estimar, que se usa ou a que se aceda sempre que necessário. Para reler ou para relembrar. Para consolidar conhecimentos. Para fruir do prazer da leitura e do saber. Ou para partilha voluntária e solidária.
Mas para a PE e a Leya (cujo negócio é acumular cifrões) ou para o Governo isso é irrelevante. E parece-me que em nome da "igualdade" e da "democracia" o que a medida do Governo introduz é uma nova fonte de discriminação: para uns, os "carenciados", livros com marcas de uso, para outros, os "privilegiados", livros novos que a bolsa dos papás pode suportar.
Entre o "livro único" e o livro "usado" não haveria outras medidas que o Governo pudesse implementar que facilitassem o acesso dos estudantes do ensino obrigatório ao contentamento e à cultura, conjuntamente com o "amor" aos livros ? Contra a corrente do "use e deite fora" ?
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Porto Editora e Leya bloqueiam acordo sobre reutilização de manuais
BÁRBARA REIS 12/11/2016 - 09:44
A expectativa era que do grupo de trabalho saísse um relatório com recomendações sobre a implementação concreta da reutilização dos manuais em toda a escolaridade obrigatória.
foto de Família - Luanda - Parque florestal da llha do Cabo
Texto em Em Luanda, no Parque Florestal da Ilha do Cabo
Clown jaune, por Bernard Buffet ~~~~ Victor Nogueira ~~~~~~ 1 . - Ah! O circo da minha infância, dos palhaços, sobretudo o "pobre", e das meninas contorcionistas
Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)
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Águas passadas não movem moinhos? Bem ... enquanto passaram podem ou não tê-los movido e assim ajudado ou não a produzir a farinha para o pão que alimenta o corpo sem o qual o espírito não existe. (Victor Nogueira)